A Igreja Católica no Maranhão, regional Nordeste 5 da CNBB, realizou nos dias 02 e 03 de agosto a sua 14ª Romaria da Terra e das Águas, na diocese Viana. A Romaria contou com a participação de cerca de 10 mil fiéis que chegaram com as caravanas oriundas das 12 dioceses do Maranhão. O percurso da Romaria totalizou 9km, saindo da cidade de Santa Inês em direção a Pindaré Mirim.
Esta edição teve como tema: “Territórios livres das cercas, dos trilhos e do agronegócio”, e lema: “Vou plantá-los no seu chão, de modo que nunca mais sejam arrancados de sua terra” (Amós 9, 15).
“É um momento de fortalecimento da Igreja, mas sobretudo das comunidades tradicionais, dos povos indígenas, dos povos quilombolas, das quebradeiras de coco, enfim, dos pescadores e pescadoras, de todos aqueles e aquelas que não tem vez e nem voz e aqui podem se expressar. É o Deus da vida que nos acompanha, que nos fortalece e que nos anima nesta caminhada, nesta missão”, destacou dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da diocese de Brejo e referencial para as Pastorais Sociais.
A 14ª edição da Romaria iniciou com um momento de animação enquanto as caravanas chegavam na praça da Juventude, local da concentração. Em seguida, a Santa Missa, com a presidência de dom Evaldo Carvalho, bispo de Viana, diocese anfitriã, concelebrada por nove dos 12 bispos do Maranhão, marcou o primeiro momento da Romaria.
Em sua homilia, dom Evaldo Carvalho, sob a ótica dos mártires, como profeta Jeremias, que por sua defesa à justiça foi perseguido, processado, açoitado e preso. E de João Batista, que também teve a morte como consequência por sua sede de justiça, pois não temia mostrar toda a sujeira do sistema político/religioso. Ambos foram perseguidos por serem fiéis à missão que receberam de Deus.
“Hoje, muitos irmãos foram martirizados, tombaram defendendo o projeto do reino de Deus. Quando não se respeita a verdade, o número das vítimas da violência só tende a aumentar”, pontuou dom Evaldo.
Na oportunidade, dom Evaldo citou ainda vários mártires dos tempos atuais que morreram na defesa da vida e do meio ambiente, como Chico Mendes, Irmã Doroty Stang, padre Josimo, e padre Ezequiel Ramim.
