Solenidade da Assunção de Nossa Senhora: Maria é elevada aos céus! 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

 

 

Queridos irmãos e irmãs, 

No terceiro domingo de agosto, no Brasil transferido da última sexta-feira, dia 15 de agosto, celebramos a vitória de Deus na vida da sua serva fiel: a Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, elevada de corpo e alma ao céu. Esta festa une o mistério de Cristo ao destino da sua Mãe e nos revela também qual é a nossa vocação final. 

Na primeira leitura, de Apocalipse 11,19a; 12,1-6a.10ab, São João nos diz: “Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”. Essa Mulher é, ao mesmo tempo, imagem da Igreja e de Maria. Nela vemos o esplendor de quem foi revestida pela graça de Deus. O dragão que tenta devorar o Filho representa o mal que quer destruir o projeto de salvação, mas o texto afirma: “Agora realizou-se a salvação, a força e o reino do nosso Deus”. A Assunção é a prova de que o mal não vence e que, em Cristo, a vida é mais forte que a morte. 

O Salmo 44(45) nos faz contemplar Maria como Rainha ao lado do Rei: “À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir”. A liturgia aplica este salmo à Virgem glorificada: não é uma rainha distante, mas nossa Mãe que já participa da glória do Filho e nos espera junto a Ele. 

Na segunda leitura, 1Coríntios 15,20-27a, São Paulo declara: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícia dos que morreram”. E acrescenta: “Do mesmo modo que em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão”. Maria é a primeira, depois de Cristo, a experimentar plenamente essa vitória. Ela não foi poupada das dores da vida, mas foi preservada da corrupção do túmulo, antecipando em si o destino que será de todos os fiéis. 

O Evangelho, Lucas 1,39-56, nos leva à casa de Isabel. Ao ouvir a saudação de Maria, Isabel exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”. E Maria responde com o cântico do Magnificat: “O Senhor fez em mim maravilhas”. Toda a sua vida foi um “sim” a Deus — e é esse “sim” que culmina na Assunção. A humildade que a fez servir Isabel é a mesma que a conduziu à glória do céu. 

Queridos irmãos, as leituras de hoje nos lembram que: 

Como Maria, somos chamados a lutar contra o mal com a força de Deus (Ap 12). 

A glória que ela recebe é a mesma para a qual todos somos chamados (Sl 44 e 1Cor 15). 

O caminho para o céu é o caminho da fé humilde e do serviço generoso (Lc 1). 

Que esta solenidade renove em nós a esperança. Maria, a Mulher vestida de sol, já participa da vitória final de Cristo e nos convida a viver de tal forma que, um dia, possamos estar com ela junto de Deus. 

Santa Maria, Assunta ao céu, rogai por nós! 

 

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