Dom Carmo João Rhoden
Bispo emérito de Taubaté (SP)
Texto referencial: “mas Abraão respondeu: eles têm Moisés e os profetas, que os escutem” (Lc 16,26).
1 – Jesus, continua a evangelizar, falando da dimensão social da riqueza ou dos bens materiais. Nós-padres- não devemos fazer política partidária. Partido é sempre partido. É parte. Mas, não podemos também ser omissos e covardes. Jesus, não o foi. A Igreja também não pode sê-lo. Por isso, ela tem sua “doutrina social” para nortear a convivência sócio-política dos cidadãos. Deus é Pai e não quer seus filhos tendo demais, enquanto falta a outros. E nós, enquanto cristãos não podemos querer irmãos, onde uns possuem demais, e a outros lhe falte até o necessário.
2 – Jesus sabia falar bem, através de parábolas, e para isso as criava, como no evangelho de hoje, falou de um pobre, chamado Lázaro e um rico Epulão. Este nem tinha nome: era um “Zé” muito rico, festivo e esbanjador, sem dó e nem piedade! O pobre Lázaro era um coitado, rodeadocães… não parece ser dos nossos dias?
3 – Ambos, ou seja, o rico e o pobre, lá pelas tantas vieram a morrer. O rico tinha conseguido um mausoléu, no cemitério da paróquia… o pobre-afirma Jesus- foi levado junto do pai Abraão, distante do tempo, mas bem próximo na eternidade feliz, ou seja, junto de Deus. O rico, (aquele): foi enterrado e levado logo para o inferno. O resto já sabemos…, mas é bom ler o evangelho.
4 – O rico (aquele) condenado, se lembrou de seus cinco irmãos que poderiam incorrer na mesma situação. Pediu então intercessão de Lázaro para evitar que não chegarem na mesma infelicidade. O senhor, apenas, lhe reponde: eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam. O que o Senhor diria aos apegado e gananciosos de hoje, de agora? Eles têm Moises, os profetas e principalmente a Jesus, que os ouçam. Eu repito: “basta ouvir, Jesus Cristo e obedecer-lhe”. Moisés e os profetas, são importantes, mas somente Jesus basta. Não é o evangelho deste domingo, oportuno? atual? Sim. Hoje, ainda mais que ontem, pois há mais Lázaros do que nunca. Não basta ter Deus, como Pai, se não considerarmos os outros como irmãos. A vivência do evangelho agora é garantia da felicidade eterna.
