A oração é fonte de diálogo, de paz e tolerância 

Dom Roberto Francisco Ferrería Paz 
Bispo de Campos (RJ)

 

Ao aproximar-se  o dia 27 de outubro que ficou registrado na nossa história contemporânea como dia de oração mundial pela paz, e que tem a sua origem no encontro realizado pelo Papa São João Paulo II em Assis em 1986 (Ano Internacional da Paz) reunindo as principais lideranças da maioria das tradições religiosas para rezar pela paz. Tratava-se de destacar a dimensão espiritual das religiões, no ensejo de convergir para a concórdia e a paz desejada pelo próprio Pai das Misericórdias, cada uma rezando com suas preces para a construção de uma efetiva fraternidade desarmada entre todos povos e nações.  

Certamente, como afirmou o Papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli Tutti no capítulo VIII, as religiões têm uma preciosa contribuição a dar para reconhecer em cada pessoa humana seu valor incomensurável de filho de Deus, e estabelecer uma convivialidade harmoniosa e pacífica entre eles.  

As religiões quando voltadas à transcendente missão de promover o encontro de Deus com todas as pessoas e criaturas são mediadoras não apenas intermediárias de laços de compreensão, ternura e paz.  

Sem perder a nossa identidade cristã, mas a partir dela na busca de uma salvação universal e no espírito cordial e fraterno de Assis, nossa oração deve pedir e aceitar a paz como um dom de Deus.  

Para corresponder com nossa presença e testemunho, irradiando a paz e servindo-a como instrumentos mansos e humildes para sermos assim sementes de luz, paz e esperança. Por isso, é importante superar formas ou atitudes de espiritualidades de combate, ou de fechados fundamentalismos que levam a radicalizar posições  e a minar laços de amizade e coesão social.  

Quando uma oração não abraça a todos/as como irmãos/ãs, não transparece a busca e anseio de comunhão, reconciliação e perdão, certamente está longe do Reino e apesar de sua aparência piedosa não alcança o coração misericordioso do Pai. Seguindo ao Poverello de Assis que mandou seus seguidores ir de dois em dois abençoando e anunciando a paz, sejamos sempre como este homem do paraíso fontes de paz e de reconciliação, vivendo e testemunhando como destacou o Papa Leão XIV  na sua mensagem inicial de começo do pontificado, a paz desarmada, a paz generosa e partilhada. Deus seja louvado! 

 

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