Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)
No último sábado, 27 de setembro, tive a graça de encontrar pessoalmente o Papa Leão XVI, em Roma, por ocasião do Jubileu dos Catequistas. Foi um momento de profunda comunhão eclesial, marcado pela simplicidade, serenidade e cordialidade com que o Santo Padre nos acolhe. O Papa recebe cada pessoa com um coração aberto, escuta atenta e uma humildade que revela o verdadeiro estilo do Evangelho.
A comunhão que sustenta a Igreja
A relação entre o Papa e os bispos é uma dimensão essencial da vida da Igreja. O bispo de Roma é o sucessor do apóstolo Pedro, princípio visível da unidade, e cada bispo, na sua diocese, é chamado a viver essa comunhão que sustenta e dá firmeza à fé do povo. Estar diante do Papa é experimentar concretamente essa ligação que nos mantém unidos na mesma fé e missão. Como sucessor dos apóstolos, um bispo nunca caminha sozinho; sua missão está sempre em referência àquela pedra sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja.
Jubileu que reacende a missão catequética
A ocasião que me levou a Roma foi o Jubileu dos Catequistas, que reuniu milhares de homens e mulheres vindos de todos os continentes. A celebração mostrou a vitalidade da catequese na vida da Igreja. Um dos momentos mais significativos foi a passagem pela Porta Santa, gesto de fé que nos introduz no mistério da misericórdia divina e nos concede a indulgência jubilar. Atravessar a Porta Santa junto a tantos catequistas do mundo inteiro foi uma experiência espiritual intensa, que fortalece a nossa identidade cristã e renova o compromisso de anunciar o Evangelho com ardor missionário e esperança.
Escuta do Papa, desafios do Brasil
Ao Santo Padre pude apresentar os desafios que nós, no Brasil, estamos vivendo para transmitir a fé às novas gerações. Compartilhei com ele o esforço que temos feito na Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, da qual faço parte, especialmente no que diz respeito ao querigma — o primeiro anúncio da fé, que abre o coração ao encontro pessoal com Jesus Cristo. O Papa ouviu com atenção e manifestou sua proximidade pastoral diante das dificuldades e esperanças de nossa realidade.
Tive também a oportunidade de lhe oferecer um livro que escrevi durante a pandemia da Covid-19 sobre a Virgem de Guadalupe, Padroeira das Américas. Com interesse e delicadeza, o Papa começou a folhear a obra diante de mim e disse que certamente OLHARIA com atenção, recordando que, como Padroeira das Américas, Nossa Senhora de Guadalupe nos une em uma grande devoção comum, capaz de iluminar o caminho de evangelização de nossos povos.
Essa experiência de proximidade com o Sucessor de Pedro renova em mim a certeza de que a Igreja se constrói na comunhão. O Papa Leão XVI é herdeiro da missão do Papa Francisco e de seus predecessores, garantindo a continuidade de um testemunho de fé que sustenta a todos nós. Seu estilo sereno e fraterno confirma que o ministério petrino não é um poder humano, mas um serviço humilde e amoroso em favor da unidade eclesial.
Volto ao Brasil com o coração cheio de alegria e gratidão, trazendo comigo a bênção do Santo Padre para nossa Igreja em Santa Maria e para TODOS OS CATEQUISTAS. O encontro com o Papa nos recorda que, em meio a tantas dificuldades, somos chamados a ser uma Igreja viva, missionária e em saída, capaz de transmitir a fé às novas gerações com esperança. Essa comunhão nos fortalece para seguir firmes na missão de anunciar a beleza do Evangelho.
