A sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), recebe, de 28 a 31 de outubro, os responsáveis por acompanhar o Setor de Catequese nas Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe. Este encontro da Equipe Dinamizadora de Catequese visa fortalecer o caminho de articulação e reflexão continental em vista da II Semana de Iniciação à Vida Cristã da região, marcada para janeiro de 2027.
A Equipe Dinamizadora da Catequese na América Latina e no Caribe é composta pelos assessores e responsáveis pelo Setor de Catequese dos seguintes países: Brasil, Argentina, Costa Rica, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. O grupo contribui com o trabalho do Centro de Programas e Redes de Ação Pastoral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).
Pesquisa sobre a Iniciação à Vida Cristã
Na manhã desta terça-feira, no início do encontro, foi apresentada a pesquisa que mapeou os processos de iniciação à vida cristã no continente. Os dados, que somam 482 dioceses, quase a metade das Igrejas Particulares da região, devem ajudar a conhecer e identificar boas experiências desses processos de iniciação à vida cristã, o papel das comunidades e dos catequistas e das outras pastorais nesses processos, ou seja, a forma como as diferentes pastorais de uma comunidade contribuem na iniciação à vida cristã.
A análise desses resultados faz parte da preparação para a II Semana de Iniciação à Vida Cristã da América Latina e do Caribe, que será no final de janeiro de 2027. A metodologia consiste em contemplar a realidade, discernir sobre essa realidade à luz do Espírito Santo, do Magistério e da Palavra, e propor diferentes ações, segundo o que vai sendo observado, como explicou Ana Luisa Bueno, secretária executiva do Departamento de Catequese da Conferência do Uruguai, e quem apresentou a pesquisa. A fase atual, de acordo com Bueno, é a da contemplação.
“O que vamos vendo com o resultado da pesquisa é o que mais ou menos cada um vai vendo na realidade em seu país, em alguns países em maior medida, em outros em menor, mas seguimos mantendo uma catequese que não está a serviço da iniciação à vida cristã, mas está a serviço dos sacramentos. Ou seja, as pessoas se preparam para a vida sacramental, mas não vivem a mistagogia e não se integram no mistério, não se integram às comunidades, não permanecem nas comunidades”, contou Ana Luisa.
Outro apontamento da pesquisa é sobre o envolvimento de diferentes grupos nos processos de iniciação à vida cristã. A catequese tem se ocupado majoritariamente, mas não há a participação de toda a comunidade.
“São muito poucas as comunidades iniciáticas, como também tem lógica a pouca catequese com adultos em toda a América Latina, apesar de o Magistério, desde Aparecida até o último Diretório, pedir que a catequese esteja centrada e tenha como modelo o catecumenato para a iniciação à vida cristã de adultos”, ponderou Bueno.
Durante a apresentação da pesquisa, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Celam, cardeal Jaime Spengler, acompanhou a exposição dos dados e pôde contribuir com aquilo que observa na sua Igreja Particular e no Brasil referente ao tema da iniciação à vida cristã.
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Luiz Lopes Jr | Fotos: Giany Costa
