Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

 

31º Domingo do Tempo Comum – 02-11-2025 

(Finados e Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos) 

Texto referencial: “a vida dos justos está nas mãos de Deus, nenhum tormento os atingira”. (Sb. 3.1) 

Só Deus é de sempre, para sempre. Ele, é somente – Ele, é o início sem início e o fim sem fim. É o criador e maior bem feitos nosso. Quis-nos num paraíso e quer-nos para sempre na felicidade eterna. Se pudéssemos experienciar mesmo que por breves momentos a felicidade da Trindade, morreríamos não de medo, mais de êxtase. Porque os mártires entregaram suas preciosas vidas, até, felizes entre tormentos, nas mãos dos algozes? Porque sabiam que isso passava e a recompensa seria eterna. 

Só Deus que é amor (1Jo. 4.8.19) é detentor da vida. Aliás, Ele é a vida e conosco a compartilhou. Sendo felicíssimo, quis que outros tantos fossem, felizes também. 2.1 – Por isso tudo criou. Dizem os entendidos que isso foi a uns quinze bilhões de anos. Primeiro, preparou o berço, para depois criar o homem e a mulher, um para o outro (a) e ambos para Ele. 2.2 – Se existe a morte e ela existe, pois, todos os dias vemos sinais dela, e as cruzes dos cemitérios, bem como aquelas que ao longo de nossas rodovias, no-la recordam. Estamos todos a caminho: todos os dias, novas entram e outros saem. É o jogo da existência humana. 2.3 – Mais Deus não é autor da morte. Fomos nós homens e mulheres – que mechemos e mechem no projeto de Deus, que é a causa e continuam a causa-la, pois ninguém meche impunimente no projeto do Criador. Mas Deus deu tudo concertou, enviando-nos seu Filho Jesus Cristo. Ele morreu mas ressuscitou, mesmo prometeu a quem nele cresce e o amasse servindo ao próximo. Nós queremos estar entre eles.   

Dia dos Finados. Nós os lembramos litúrgica, mas principalmente nas celebrações Eucarísticas, pois eles vivem em Deus. Pois, participam da Igreja triunfante (no céu) ou padecente, (no purgatório), enquanto, nós ainda da militante, construímos o reino de Deus. Pelo batismo fomos inseridos no corpo místico de Cristo, que é a Igreja. Tornamo-nos uma grande família – em e por Cristo – Nele podemos ser solidários, uns com os outros como o mostrou outrora Judas Macabeu (Cf. 2Mc 2,38-46). Basta ler o texto bíblico citado. Levamos flores ao cemitério por causa da saudade que sentimos, mas elevamos preces ao céu devido a fé na ressurreição que gera esperança e solidariedade. Não vivemos como pagão. Eles apenas lamentam a morte. Nós oramos e celebramos a eucaristia, pelos nossos falecidos. A Igreja o faz desde o tempo das catacumbas. Oremos então pelos que venceram na vida e que agora participam plena ou parcialmente da gloria de Deus e intercedem por nós. 

 

 

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