“José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado.” (Mt 1, 24).
Escolhido para ser o pai terreno de Jesus, José, o Justo, nos dá um precioso ensinamento: a obediência silenciosa e o serviço fiel ao Senhor sem alardes, sem alvoroço, cumprindo a vontade do Pai, em detrimento da sua.
De natureza simples, profundamente justo, conforme nos diz a Sagrada Escritura, José assume para si, com profunda confiança nos propósitos do Senhor, a Virgem Maria e o Filho de Deus que Ela já trazia no ventre.
Escândalo para época, uma jovem grávida antes do casamento era motivo de comentários maldosos.
Somente um homem de fé inabalável, conhecedor da Palavra Sagrada e das promessas sobre a vinda do Messias poderia aceitar esse chamado que para todos parecia loucura.
No entanto, José sabia em quem punha sua esperança e confiança!
Trazendo para nossos dias, quem de nós, hoje, se colocaria no lugar de José?
Será que encontraríamos alguém?
O sim de José foi dito em silêncio, um sim silencioso que grita até hoje em nossos ouvidos, da mesma importância quanto o da jovem Maria quando do anúncio do Anjo.
Ela, disse: “Faça-se” (Lc 1,38) e José, obediente à Palavra do Senhor que lhe foi transmitida pelo Anjo (Mt 1,20), “levantou-se e fez como o Anjo lhe havia mandado”, assumindo Maria e Jesus, sem questionar ou murmurar.
Ambos, José e Maria, nos ensinam que, seja em palavras, seja no silêncio do coração, devemos estar atentos ao que Deus deseja de nós.
José, ao aceitar os desígnios do Senhor, certamente viu cair por terra todos os seus planos particulares.
A partir do seu sim, José passa a ser aquele que deixa de ser o protagonista de sua própria história para ser aquele que dá suporte irrestrito e total à sua família.
Interessante que José não pediu explicações! Sua fé e confiança em Deus lhe respondia tudo e isso lhe bastava.
Ele jamais gritou ou se vangloriou por ser o escolhido de Deus, mas anunciou, sem palavras, a todos ao seu redor com suas atitudes de homem fiel, seu amor e fidelidade ao Pai. Certamente seu coração paterno sofreu com Maria as dificuldades que antecederam o nascimento do Menino.
Ele se deixou conduzir pela Sabedoria do Pai, que o guiava pela fé!
Como seria bom se também nós, à imitação de São José, tivéssemos essa postura de humildade, serviço e testemunho silencioso, fiel e sereno.
Se todas as nossas ações, sejam as que envolvem nossas participações nas pastorais e movimentos, ou as que fazemos como voluntários, ou mesmo nossas doações e ajudas humanitárias envolvessem mais o coração e menos o estrelismo, certamente surtiriam mais efeito restaurador em nós mesmos e, consequentemente, ajudariam a outros a perceberem que as boas obras não fazem barulho, fazem presença.
O Advento nos ensina a imitarmos José na simplicidade e obediência; a deixarmos o nosso querer e a querermos o que Deus quer.
Que a esperança de novos tempos nos leve a sermos novos homens e novas mulheres mais atentos à Voz de Deus, antes que a voz do mundo nos leve a perder a oportunidade de vivermos o Natal como deve ser vivido: renascendo como novas criaturas em Jesus e Maria Santíssima, protegidos pelo amor de São José!
