Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo 25/12/25 (Lc 2,15-20).
Texto referencial: Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz ao seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para ele na hospedaria. (Lc 2, 6-8).
Ė Natal! Parece até que o mistério natalino, paira sobre nossas casas, cidades e principalmente Igrejas. Até em nossos hospitais, o sofrimento parece menos triste, pois a busca da saúde se torna mais cristã e os rostos mais sorridentes. Nas maternidades os nascituros lembram para nós o menino Jesus. A noite natalina é simplesmente diferente. As estrelas brilham mais, a luzes parecem querer falar do mistério de vida e amor. De algo meio inexplicável, mas real.
Contemplamos mais e melhor, o encanto do nascimento do Salvador, descobrimos sempre mais, sua grandeza e transcendência, bem como nossa fraqueza e finitude. Vejamos pois?
Jesus ao nascer nem berço teve. Em vez do corpo diplomático em Belém, se fizeram presentes os pastores, gente sem crédito. Os sacerdotes do templo dormiam pois não perceberam os sinais dos tempos. Os doutores da lei tinham nas mãos os livros bíblicos, mas permanecia em seus corações a inveja. O povo da aliança vivia como escravo e odiava a política dos romanos. Lembrava-se de Abraão, Isaac, Jacó e de Davi, mas esqueciam de Javé.
Quando Jesus se dirigia para o calvário impuseram-lhe a cruz para que a carregasse e uma coroa de espinhos ao invés do cetro real. Quando foi para sepultá-lo nem túmulo possuía. Foi necessário emprestá-lo. Tiveram até pressa para sepultá-lo, pois o sábado para eles era sagrado demais, para ser desrespeitado.
No entanto, mesmo morto e sepultado, ainda preocupava os detentores do poder, religioso e político. Foram necessários guardas para vigiar a sepultura.
No entanto, enquanto evangelizava os simples o ouviram, os doentes o procuravam, muitos pecadores se convertiam e os religiosos do templo o temiam pois ele, era diferente, causando-lhes preocupações. Era, por isso preciso dar um jeito nele.
Mas, pensando em tudo isso, ainda é Natal? É sim. De fato, o mundo continua para grande maioria de seus habitantes hostil ou avesso a Jesus. Para os ateus, ele nem existe: é invenção de subdesenvolvidos culturalmente. Para uns ainda hoje ele nem veio, enquanto outros o fim do mundo está próximo.
Mas hoje é Natal e não apenas 25 de dezembro. Sim é Natal, pois muitos homens e mulheres, ouvindo o evangelho, lutaram por um mundo melhor. Nas famílias continuam os nascimentos e assim a esperança cresce. Há os que oram e fazem o bem na família, na política, nos hospitais, etc. A eles Jesus continua a dizendo: “não temais eu estou convosco”. Fui pessimista em minha reflexão? Não creio. Poderia ter sido mais otimista? Sim. Quis, no entanto, ser bem realista, tendo em vista a situação do mundo atual.
Por isso aos homens e mulheres, de boa vontade o repito: Feliz e Santo Natal e Próspero Ano Novo.
