A Casa Bom Samaritano (CBS), centro de acolhida localizado no Distrito Federal, encerra o ano de 2025 com resultados significativos no atendimento a migrantes e refugiados venezuelanos. No total, 211 pessoas foram acolhidas pela iniciativa, que atua na estratégia de interiorização da Operação Acolhida, coordenada pelo Governo Federal.
Mantida em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), AVSI Brasil e o Instituto Migrações e Direitos Humanos/Fundação Scalabriniana (IMDH/FS), a Casa Bom Samaritano tem como metodologia a cogestão, incentivando a participação ativa dos acolhidos na organização e nas atividades do espaço, com foco na autonomia e na integração local.

Integração laboral e educacional
Entre os principais eixos de atuação, destaca-se a integração laboral. Em 2025, a CBS promoveu cursos de capacitação em língua portuguesa, padaria artesanal e educação financeira, alcançando mais de 130 participantes. Como resultado desse trabalho, 37 pessoas conseguiram inserção no mercado de trabalho, com o apoio de uma rede formada por 16 empresas parceiras.
Na área educacional, 89 pessoas – entre crianças, adolescentes e adultos – foram incluídas em creches, escolas de ensino fundamental e médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O atendimento também contemplou a inclusão de pessoas com deficiência em centros especializados.
Voluntariado e parcerias institucionais
O fortalecimento do voluntariado foi outro destaque do período. Ao longo do ano, 46 novos voluntários passaram a colaborar com a Casa Bom Samaritano e o IMDH, atuando em frentes como aulas de português, cuidados infantis, organização de doações e ações comunitárias.
A CBS contou ainda com uma ampla rede de parcerias institucionais, envolvendo embaixadas, universidades, empresas, organizações sociais e comunidades religiosas, o que contribuiu para ampliar o impacto das ações e fortalecer o vínculo com a sociedade local.
Solidariedade e espiritualidade
No campo da solidariedade, a colaboração da comunidade foi essencial. Até novembro, a Casa recebeu doações expressivas de alimentos, roupas, móveis e kits escolares, beneficiando diretamente as famílias acolhidas.
A dimensão da espiritualidade também esteve presente no cotidiano do centro, com momentos diários de oração e celebrações eucarísticas mensais, de participação livre, mas com adesão significativa dos acolhidos. Datas comemorativas como a Páscoa, a Festa Junina e o Dia das Crianças foram celebradas de forma comunitária, promovendo integração e convivência.

Apesar dos avanços, a irmã Rosita Milesi, co-gestora da CBS, salientou que 2025 foi marcado por um desafio relevante: a interrupção temporária de recursos financeiros entre janeiro e abril, decorrente do corte de financiamento internacional, o que impactou o número de famílias acolhidas no período.
“Ainda assim, após quatro anos de funcionamento, a avaliação geral aponta para resultados positivos, especialmente no processo de autonomia das famílias por meio do trabalho e da inserção social”, disse.
Com informações da Casa Bom Samaritano


