Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
Meus queridos irmãos e irmãs,
Chegamos a um momento de profunda emoção neste domingo, 28 de dezembro. Enquanto as luzes do Natal ainda brilham em nossas casas e presépios, voltamos os nossos olhos para Roma, para a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde hoje se fecha a última das Portas Santas “menores” deste Jubileu da Esperança.
O ano de 2025 ficará marcado para sempre na nossa carne e na nossa memória. Foi um ano em que a esperança deixou de ser apenas uma palavra bonita em cartazes para se tornar uma necessidade vital. Quando, em abril, o mundo chorou a partida do nosso amado Papa Francisco, parecia que o “Jubileu da Esperança” tinha perdido o seu principal peregrino. O luto cobriu a Praça de São Pedro, e muitos perguntaram: “E agora?”.
Mas a resposta veio com a força suave do Espírito Santo. O mês de maio trouxe-nos a “fumaça branca” e o dom de um novo pastor universal, o Papa Leão XIV. A Igreja mostrou ao mundo que não é feita apenas de homens, mas é sustentada pela promessa de Cristo. A transição de um pontificado para outro, vivida no coração de um Ano Santo, foi a maior catequese que poderíamos ter recebido. Vimos que a esperança cristã não morre na sexta-feira santa da dor, mas renasce na manhã da ressurreição.
Hoje, ao fecharmos a Porta Santa na Basílica do Apóstolo Paulo — aquele que combateu o bom combate e guardou a fé —, fazemos um balanço de gratidão. Quantas graças derramadas! Quantas confissões, quantos recomeços! A Porta de bronze fecha-se, é verdade. Mas a porta da misericórdia de Deus, escancarada no lado aberto de Cristo na Cruz, essa nunca se fecha.
Que este encerramento nos prepare para a grande conclusão na Epifania. Que levemos para 2026 a certeza de que somos, de facto, peregrinos que não caminham sós. Sob o báculo de Leão XIV e com a intercessão de Francisco no céu, continuemos a nossa jornada. Coragem! A esperança não desilude.
