Estamos, desde o dia 19 deste mês de junho, celebrando o Ano Sacerdotal, cuja solene abertura foi a que se fez em Roma pelo Santo Padre, no ofício de vésperas, na Basílica de São Pedro. A transmissão televisa, solene e lindíssima, foi feita pela Rede Vida, à tarde do dia 18 deste mês.

Fomos ainda agraciados com a importante carta que, no dia 18 p.p. o Papa Bento XVI enviou aos sacerdotes do mundo todo, excitando-nos, pelo exemplo de nosso Patrono São João Maria Vianney, a vivermos na santidade a sublime dignidade do sacerdócio. O motivo deste novo despertar do clero para a grandeza e a santidade da vida sacerdotal é que comemoramos os 150 anos da morte de nosso patrono, o Cura d’Ars.

Para a Igreja Arquidiocesana de Uberaba, a abertura do Ano Sacerdotal coincidiu com a ordenação dia 21 p.p. de cinco novos presbíteros para o clero diocesano, jovens que se prepararam no nosso Seminário. Estes cinco neo-presbíteros se somam aos sessenta e quatro que mourejam nos vários recantos da Igreja arquidiocesana atualmente.

Há três décadas, quando o Papa me enviou para cá, fazia dez anos que aqui não se ordenava um padre! Nos dezoito anos que, com a graça do céu, aqui vivi como pastor, ordenei vinte e oito novos padres para Uberaba (dos cinquenta e nove que felizmente já ordenei) notando-se que no governo atual, o Arcebispo que me sucedeu teve a felicidade de consagrar, por suas mãos episcopais, mais de trinta novos presbíteros. No último domingo, cercado de cinquenta e oito sacerdotes e uma incontável multidão de fiéis no Centro Olímpico, teve a felicidade de ordenar mais cinco novos padres. Uberaba hoje está invejavelmente provida de clero, por graça de Deus.

Na rica mensagem supra citada do Santo Padre pela abertura do Ano Sacerdotal, a recomendação que Bento XVI nos faz é que “nos tempos atuais (…) é preciso que os presbíteros na sua vida e ação se distingam por vigoroso testemunho evangélico”. E cita seu antecessor Paulo VI: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. Belíssimo recado.

Conhecendo a beleza da vida consagrada de tantos sacerdotes, o Sumo Pontífice reconhece com tristeza e deplora o sofrimento da Igreja “pela infidelidade de alguns dos seus ministros. Daí advém, para o mundo motivo de escândalo e de repulsa”. Diante destes possíveis desvios, o remédio “não é relevar acintosamente as fraquezas dos seus ministros”, mas renovar-nos diante da grandeza do dom que Deus nos fez e iluminar-nos com o exemplo de “figuras esplêndidas de generosos pastores” que nunca faltaram na Igreja.

Neste Ano Sacerdotal, um renovado convite de santidade brilha para o padre, diante do exemplo luminoso do excelso patrono – São João Maria Vianney.

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira

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