Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
O terceiro domingo do Advento é denominado Gaudete pela alegria transbordante da proximidade do Nascimento de Jesus.
A figura emblemática de São João Batista nos ensina a dinâmica e a mística da conversão natalina. É um processo de mudança por inteiro da nossa pessoa que corre ao encontro de Jesus, aceitando sua graça transformadora que toca e sana nossa carne.
É procurar tornar-se pequenos e humildes aplainando a nossa soberba e domando nosso ego arrogante que manipula e usa as pessoas para conseguir vantagens.
Mas também preencher nossas lacunas e vazios de valores, de ideais, bem como as nossas omissões e indiferenças gritantes em relação aos irmãos mais pobres o que chamamos hoje de aporofobia.
No entanto trata-se de uma conversão serena, não perfeccionista ou estática mas, na linha do que o Papa Francisco fala na Laudato Si de sobriedade feliz isto é de equilíbrio, equidade e justiça impregnadas de ternura e simplicidade, expressão genuína de aqueles que não se julgam superiores a ninguém, mas irmãos de todos(as) as pessoas e criaturas.
Convertidos e reconciliados nos tornamos testemunhas da esperança, da esperança que não confunde nem engana, mas alicerçada no Menino Deus que nasceu para nos salvar e libertar, sendo artesãos e promotores da verdadeira paz que iluminou a Noite Santa, anunciada pelos anjos.
Que nossa conversão não se limite a ritos vazios ou a gestos de folclore religioso, mas que nos coloque na rota do caminho a Belém, sentindo o mesmo assombro e surpresa dos pastores, da adoração e profunda comunhão dos sábios de oriente que souberam partilhar e presentear ao Menino Deus do melhor que tinham, o ouro da caridade generosa, do incenso da oração amorosa e da mirra do nosso comprometimento e missão de lutar pelo Reino.
Que no Natal tenhamos um autêntico encontro com Jesus a alegria dos homens, que sempre será a esperança que habita em nós e nos impulsiona a construir e a edificar uma humanidade nova e um mundo harmonioso e radiante de luz da alegria que não passa. Deus seja louvado!