A doçura que salva, humaniza e liberta

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

 

 Neste domingo, o “Anjo bom da Bahia”, a Mãe dos pobres e protetora dos alagados e aflitos, a Ir. Dulce Lopes Pontes (Maria Rita Lopes Pontes), foi reconhecida e canonizada, isto é, passou ao catálogo dos Santos da Igreja. O seu nome resume muito a sua obra, presença e dedicação entre os pobres que sempre encontraram nela um remanso de paz, alegria e bondade. Às vezes, esquecemos que, para os pequeninos, desabrigados e doentes, encontrar numa pessoa misericórdia e amparo, gratuitos e generosos, é sentir-se no céu.

Desde o barracão, onde foi despejada pelo proprietário, passando pelo galinheiro do Convento Santo Antônio, que se converteu em albergue, até hoje, onde funciona um complexo das Obras Sociais Irmã Dulce, contemplamos como esta santa mulher foi aliada e confiante na Providência Divina. Não havia empecilho ou obstáculo que a detivesse em seu zelo por atender, de forma melhor e com mais recursos, seus preferidos, os pobres e desvalidos.

De manhã cedinho, começava sua peregrinação para, de porta em porta, pedir donativos, já seja para o hospital, ou para o orfanato. Ninguém que recebesse sua visita, embora não pudesse dar uma contribuição, deixava de acolher com um sorriso, e com o coração agradecido, a dádiva de conhecê-la e de estar um pouco com ela. Ainda é possível lembrar da sua cadeira de madeira onde, durante trinta anos, dormiu sentada, cansadinha de seus empenhos gigantescos, e de suas lutas formidáveis, para garantir o atendimento aos seus amados pobres.

Hoje, o Brasil ficou mais esplendente com a face cheia de luz e doçura da Ir. Dulce, bendita Terra da Bahia, que nos deu esta pessoa maravilhosa, da qual, junto aos pobres, nos orgulhamos de tê-la como inspiradora e protetora. É bastante possível, quando São João Paulo II afirmou, que o Brasil precisava muito de Santos, pensasse nela, pois a visitou e esteve ao seu lado. Diante de tanta intolerância e indiferença nos dias de hoje, como nos faz bem ter uma amiga e intercessora como a Santa Dulce dos alagados e empobrecidos. Deus seja louvado!

 

 

 

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