Dom Eurico Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
A liturgia deste terceiro domingo convida-nos a descobrir esse Cristo vivo que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos discípulos se reúne para “partir o pão”; apela, ainda, a que os discípulos sejam as testemunhas da ressurreição diante dos homens. O Ressuscitado vive entre nós! Celebrando este Dia do Senhor, experimentamos a eficácia transformadora do Cristo vivo no seio de nossa Mãe Igreja.
É no Evangelho(cf. Lc 24,13-35), sobretudo, que esta mensagem aparece de forma nítida. O texto que nos é proposto põe Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem. Durante a longa caminhada de Jerusalém a Emaús, o peregrino desconhecido não se revela diretamente aos dois discípulos desanimados. Ele conversa com eles, não com suas próprias palavras, mas com as palavras da Sagrada Escrituras. Ele põe diante deles o ensinamento de Moisés e dos profetas e os lembra da mensagem constante do Antigo Testamento: “Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar em sua glória(cf. Lc 24,26). Ele até os repreende por sua lentidão e falta de inteligência em “crer em tudo o que os profetas falaram”
A primeira leitura(cf. At 2,14.22-33) mostra (através da história de Jesus) como do amor que se faz dom a Deus e aos irmãos, brota sempre ressurreição e vida nova; e convida a comunidade de Jesus a testemunhar essa realidade diante dos homens.
A segunda leitura(cf. 1Pd 1,17-21) convida a contemplar com olhos de ver o projeto salvador de Deus, o amor de Deus pelos homens (expresso na cruz de Jesus e na sua ressurreição). Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo a uma vida nova.