O povo da região celebra mais uma edição da Oktoberfest, a festa da alegria. Lembro-me que, quando eu acompanhava os seminaristas de filosofia e de teologia da Arquidiocese de Porto Alegre, apoiei um programa chamado “A grande aventura”, que acontecia antes dos exames finais. Eram três ou quatro dias em região distante, como por exemplo, numa ilha do rio Jacuí. Verifiquei que, após “A grande aventura”, tudo ia melhor desde o estudo até a disciplina.

Parece que algo como “A grande aventura”, por exemplo – a Oktoberfest, é salutar também para o povo. Aliás, o primeiro milagre de Jesus – transformar água num bom vinho – foi numa festa de casamento, a que a Mãe de Jesus e os discípulos dele também foram convidados (Jo 2, 1-11).

Já os antigos diziam que o povo precisa de variação (“varietas delectat”). Quando a festa tem como base as próprias raízes culturais da comunidade, como é o caso da Oktoberfest, ela atinge melhor seus objetivos, como sair da monotonia cotidiana; ampliar ou refazer as relações e a comunicação entre as pessoas; tirar as pessoas da solidão, pois ninguém é uma ilha; oferecer uma boa experiência de conviver; superar o cansaço da crise econômica e civilizatória; dar um choque de otimismo e de vontade de viver.

Está provado que os paraísos artificiais da era tecnológica não são suficientes para animar um povo. Paulo VI o expressou assim: “O dinheiro, o conforto, a higiene e a segurança material, muitas vezes não faltam e, apesar disso, o tédio, o mau humor e a tristeza, infelizmente continuam a ser a sorte que a muitos cabe”.

Sempre há o risco de exageros. Mas há também a advertência de Jesus: “Se teus olhos são puros, todo o teu corpo será também iluminado. Procura que tua fonte de luz não fique escura” (Lc 11, 34-35).

É lindo ver a alegria das crianças. A dança alegre da juventude é um canto de esperança ao amor e ao futuro da humanidade.

Só resta ascender à fonte de tudo, que é nosso Deus. A festa se torna então um louvor ao Criador e como símbolo da alegria eterna que nosso Salvador nos mereceu. Podemos dizer com nossos avós: “Deus eterno, a vós louvor”.

Boa festa da alegria!

Dom Aloísio Sinésio Bohn

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