A importância da Campanha da Fraternidade 2023 nas escolas e nas universidades

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

 

A Campanha da Fraternidade possui uma dimensão fundamental na vida escolar e universitária. O tema da fome exige a responsabilidade social tornando a pessoa que estuda as ciências humanas e espirituais buscar também ações em favor das pessoas famintas nos diversos lugares e ambientes da vida humana. O “Dai-lhes vós mesmos de comer (Mt 14,16) é uma ordem de Jesus para que a sabedoria a respeito da fome proporcione soluções para amenizar a problemática que afeta a milhões de brasileiros e de brasileiras sobre a falta de comida em suas mesas. As escolas e universidades ajudem a criar um mundo de solidariedade e de amor ao próximo e amor a Deus Uno e Trino, o Criador de todas as coisas e dos alimentos. O saber esteja a serviço do Reino de Deus. 

A escola e a universidade. 

A escola e a universidade são locais da aprendizagem do ensino, do aprofundamento das verdades humanas e espirituais de modo que a Campanha da Fraternidade ganhe a importância sendo assumidos pelos estudantes, universitários. A fome necessita não só seja debatida, mas vise à solidariedade com ações que ajudem as pessoas necessitadas nas comunidades.  

É fundamental ver os seus devidos significados. A escola vem do latim, schola, e também do grego scholé, cujos significados são o lugar onde se espera o estudo, instrução a caráter social que através da atividade didática, estruturada tende a dar uma educação e uma cultura às novas gerações1. A palavra universidade vem do latim universitas, atis, cujo significado é totalidade, universalidade sendo um conjunto das coisas criadas como também a universalidade das pessoas ou das coisas de um lugar ou ambiente determinado2. Através das escolas e também das universidades a Campanha da Fraternidade 2023 seja mais difundida e assumida por mais pessoas, para que assim a palavra de Cristo alcance sempre mais seguidores e seguidoras no caminho da vida plena.  

A importância de uma política pública. 

O texto-base coloca o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como um exemplo de políticas públicas exitosas no combate à fome e à insegurança alimentar no Brasil. Sendo implantado há décadas o programa garante o direito à merenda escolar, condições nutricionais e de saúde para cerca de quarenta milhões de estudantes em todo o País. Outro dado importante desta política pública é que a grande maioria de gêneros alimentícios é adquirida da agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária e comunidades tradicionais, possibilitando desta forma uma alimentação saudável com os produtos provenientes do agro ecologia para as escolas do campo e da cidade. É fundamental a valorização desta política pública do Programa Nacional de Alimentação Escolar em vista da comida para amenizar o problema da fome nas escolas em todo o País3 

A alimentação a partir de casa. 

A família exerce um papel importante para a educação das pessoas, das crianças até a universidade, passando por todas as práticas cotidianas. Sabendo que muitas famílias não têm alimentação suficiente em casa, é preciso a ajuda com alimentação para as famílias mais carentes, porque é na família que ocorre a primeira educação à alimentação. Muitas vezes as mães não têm o leite materno fazendo com que a solidariedade de outras mães ajudem-nas para dar às suas filhas e aos seus filhos. É também em casa onde as pessoas aprendem hábitos de alimentação saudável. É na família o lugar onde as pessoas aprendem a partilha, o amor para com os pobres. Será sempre fundamental a superação da cultura da indiferença para testemunhar a caridade proveniente dos pais e dos avôs e das avós em relação às famílias mais carentes e que passam fome4 

A escola: o aperfeiçoamento. 

A escola é o local para aprofundar e aperfeiçoar os bons hábitos, dando razões para eles, que vem da família5. A escola ajuda aos estudantes na alimentação, porque como foi dito acima muitos estudantes vão para a escola não tendo feito uma refeição em casa, de modo que a escola fornece a alimentação devida para o bom rendimento escolar do estudante. Seguindo a ordem de Jesus, “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) fica a responsabilidade social para que alimentação dada nas escolar possibilite vida digna para milhões de estudantes e de adultos.  

A universidade a serviço da vida do próximo.  

A Igreja apóia pessoas que ingressam nas universidades para adquirir conhecimentos, em vista do bem comum. A universidade seja um local também para ver o saber em vista da caridade, sobretudo com as pessoas famintas. A questão da fome relaciona-se à falta de comida disponível para as pessoas ou na impossibilidade de se conseguir ter acesso ou mesmo comprar alimentos6. As estatísticas colocam dados preocupantes no sentido que são mais de trinta e três milhões de pessoas que enfrentam a fome em nosso País7. A universidade promova debates pelos seus professores, educadores, educadoras, pessoas universitárias para que a fome seja enfrentada com ações caritativas e com políticas públicas.  

O saber em vista da caridade. 

O saber que a pessoa adquire nas escolas, nas universidades, formações superiores com mestrados e doutorados aponte ao serviço ao outro, à caridade. Todas as pessoas possuem saberes importantes, diferentes de modo que são chamadas a partilhá-los com os outros. O julgamento do Senhor no final da vida versará sobre o amor ao próximo: “Eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber” (Mt 25, 35). Jesus também quer que os seus seguidores e seguidoras dêem as suas vidas pelo próximo, por Ele: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida por seus amigos” (Jo 15,13). Sendo o saber uma forma de doação para as pessoas chegarem ao conhecimento da Verdade, Jesus, o Mestre dos Mestres, Este ensina a todos a dar a vida pelos outros, uma vez que ele o fez dando a sua vida pela salvação de toda a humanidade.  

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