Uma paróquia de imigrantes alemães com 150 anos? A igreja paroquial, hoje Catedral São João Batista, em estilo neogótico: é a igreja gótica maior da América do Sul? Em todo o caso, sua torre esbelta mede 80 metros de altura!
Numa consulta ao povo de Santa Cruz do Sul, houve consenso: A Catedral é também o símbolo da cidade.
O arquiteto Ronaldo Wink, na sua monumental obra sobre a Catedral, diz que é “um monumento de fé, história e arquitetura”. O projeto de Simão Gramlich “caracteriza-se por sua esbeltez, marcado pela verticalidade”, fruto da “ousadia da fé”.
Quando olho para a Catedral, sempre concluo: o povo escreveu em pedra, de forma artística, a fé que viveu. É de fato um monumento de fé.
No início, os padres de Rio Pardo atendiam os moradores da região. Na ação de graças fazemos memória deles. Depois foram os padres jesuítas, vindos de São Leopoldo.
Em 1860, o Padre Manoel José Conceição assumiu a novel paróquia. Foi difícil, pois os imigrantes falavam alemão. Por isso os padres de Rio Pardo voltaram a atender o povo, com o apoio dos padres jesuítas. Em 1863 veio um pároco estável, na pessoa de Padre José Stuer. Até 1959 os padres jesuítas nunca deixaram de atender Santa Cruz do Sul. A eles, a eterna gratidão.
Com a criação da Diocese de Santa Cruz do Sul e a nomeação de Dom Alberto Etges como o primeiro Bispo, a Catedral foi entregue aos padres diocesanos. Hoje é presidida pelos Padres Orlando Pretto, Dionísio Kist e José Neumann.
Durante a grande guerra o atendimento foi problemático, pois era proibido falar alemão. Por exemplo: Quando foi inaugurada a atual igreja, aos 24 de dezembro de 1939, o povo fez uma procissão festiva em silêncio. A Missa solene foi em latim. O sermão foi em português, mas poucos entenderam!
Fiquei feliz quando vi que o irmão de meu amigo Monsenhor Edmundo Müller – Dom Guilherme Müller – presidiu a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Catedral, aos 06 de fevereiro de 1929. Ele foi o primeiro Bispo nascido em Santa Cruz do Sul. Faleceu em Barra do Piraí (RJ) cuja sede passou depois para Volta Redonda.
Nestes 150 anos temos muito a agradecer. Mas temos também o compromisso de olhar para o futuro: a educação da fé; a oração na família e no bonito templo gótico; a solidariedade entre as pessoas e entre as comunidades. Sempre lembrados de que “templo de Deus” é o coração de cada pessoa que segue Jesus.
								
								