A procissão de Corpus Christi

Quando eu estava no Seminário Menor de Gravataí, com idade entre 16 a 20 anos, experimentava imensa felicidade na ação de graças, após a comunhão da Missa. Eu mergulhava em Cristo, esquecido de tudo. Desejava muito permanecer assim por longo tempo. Mas os padres davam o sinal para o café da manhã e era preciso obedecer. Era um sacrifício.

O povo cristão fez uma experiência semelhante: queria prolongar a elevação da Hóstia Consagrada, em adoração e ação de graças. Desta experiência nasceu a adoração do Santíssimo Sacramento e a procissão do Corpo e Sangue de Cristo.

A procissão entrou de tal modo na consciência do povo, que acabou sendo obrigatória. Até o Direito Canônico assumiu a procissão: “Onde for possível, a juízo do Bispo diocesano, em testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas” (Cân 944).

“Pelas vias públicas”, para deixar claro o testemunho da fé em Cristo eucarístico. O povo faz tapetes, esparge flores, expõe sinais religiosos nas janelas das casas e a própria caminhada vão no mesmo sentido: manifestar a fé, o amor, a gratidão a Cristo ressuscitado, vivo entre nós, presente na Eucaristia.

Este ano de 2010 a procissão de Corpus Christi tem um sentido especial: é o Ano Sacerdotal. Somos convidados a orar de modo especial pelos nossos padres.

Faço meu o apelo de nosso Cardeal Dom Cláudio Hummes, enviado especial do Papa ao Congresso Eucarístico Nacional de Brasília: “Aos fiéis todos, o Papa pede que tenham em grande estima os seus sacerdotes, pois estes foram escolhidos pelo Senhor, pois, como diz São Francisco de Assis, todos os dias o Filho de Deus desce ao altar pelas mãos do sacerdote”.

Estamos também às vésperas da posse do novo Bispo diocesano, Dom Canísio Klaus. O convite a todos é que o acolham como sucessor dos santos Apóstolos, dia 18 de julho próximo, às 16 horas, na Catedral São João Batista. Esta atitude faz parte da nossa fé: “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10,16).

Finalmente, enquanto damos testemunho público da nossa fé, queremos renovar e aprofundar nossa fé e devoção na Eucaristia. Jesus disse: “Aquele que se alimenta de mim, viverá por mim” (Jo 6,57). Ele sacia a fome de vida e de felicidade. Façamos dele o centro de nossa vida e do próprio universo!

Dom Aloísio Sinésio Bohn

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