Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ)
No dia 1ºde outubro, desde 1990, a ONU celebra o UNIDOP (Dia Internacional das Pessoas Idosas). Este ano, 2022, focaliza a resiliência e a contribuição das mulheres idosas face às desigualdades e os impactos da pandemia do COVID-19.
Um dos objetivos da campanha deste ano é promover e despertar a consciência da humanidade para a contribuição das mulheres idosas no sentido de incentivar o cuidado, a humanização e a ternura nos relacionamentos sociais, superando a cultura do descarte e da indiferença. Implica assumir políticas públicas que garantam, para os anciãos, o plano de envelhecimento com qualidade e saúde aprovado, em Viena, já em 1982.
Mas, também valorizar a memória viva e profética destas guardiãs da vida, para desconstruir preconceitos e formas de exclusão e marginalização veladas e explícitas. Ainda, aprender com elas a defender territórios, tradições populares, e a capacidade para encontrar saídas que protejam as redes biológicas e familiares. A humanidade perdeu muito com as inúmeras vidas ceifadas pela má gestão da pandemia, especialmente deste setor etário.
As culturas humanas mais nobres e sábias, cultuam a ancestralidade como uma fonte de rebeldia e esperança que nos permite driblar, com mansidão e cordialidade, as práticas da violência e da necropolítica. Ao aproximar-se o dia das eleições, vou ter presente, no meu voto, as pessoas que se foram, vítimas do mal atendimento, da falta de recursos na saúde, de orçamentos que desviam dinheiro de remédios populares e diminuem a presença de profissionais da saúde.
Vou votar para realizar um futuro de inclusão, de justiça e de valorização para nossos queridos anciãos, e serei fiel ao seu legado de democracia, paz, igualdade e fraternidade que nos transmitiram com o testemunho e exemplo de suas vidas. Deus seja louvado!
								
								