A lei castiga a quem prejudica a natureza, seja o reino vegetal, seja o reino animal. Mas não castiga a quem mata uma criança no seio da mãe. Por quê será?
As mulheres e os homens que fazem a lei sabem perfeitamente que a criança ouve e acompanha a mãe em tudo o que a mãe vive: suas alegrias, suas tristezas, suas relações com as demais pessoas.
Isto já os antigos sabiam. O evangelista Lucas conta que Maria, depois que concebeu Jesus Menino, foi visitar sua prima Isabel. Isabel disse a Maria: “Quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança (João Batista) saltou de alegria em meu ventre” (Lc 1, 44).
Se os legisladores sabem disso, por quê descriminalizam, isto é, não castigam a quem mata o ser humano mais frágil? Uma resposta pode ser a seguinte: como muitos pais matam os pequeninos antes de eles nascerem, praticando o aborto, seria difícil castigar tanta gente.
É o que aconteceu antes de Jesus com o divórcio. Quando o Mestre disse “o que Deus uniu o homem não separe”, os fariseus argumentaram que Moisés permitiu o homem repudiar sua mulher. Jesus respondeu: “Foi por causa da dureza de vosso coração que Moisés permitiu repudiar vossas mulheres. Mas no princípio não era assim” (Mt 19, 3-8).
Outra resposta é que a sociedade brasileira, sempre mais consumista, está ficando cruel e egoísta. Não se interessa pela sorte dos excluídos e indefesos. Cada qual cuida dos próprios interesses.
Madre Teresa de Calcutá, quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz, disse: “Ao menino que não nasceu”!
Quem segue Deus, não pergunta se o Estado castiga ou não castiga. Mas ouve a lei de Deus: “Não matarás”! É urgente que o povo brasileiro, tão sensível e humanitário, tome posição em favor da vida humana, em qualquer estágio de sua evolução: desde a concepção até a morte natural.
Um jornalista brasileiro perguntou a um homem encarregado de matar as crianças arrancadas do seio materno, para delas fazer cosméticos e sabão, qual era a reação. O homem disse que elas choravam muito, algumas mais de meia hora. Quanta crueldade! Depois falamos mal de Herodes por matar os inocentes por questões de poder!
As crianças que viverem entoarão pela própria vida um cântico de gratidão a quem as permitir viver!