A vocação e potencialidade do turismo religioso campista

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos

Com o processo de tombamento pelo INECAP, do Mosteiro de São Bento, em Mussurepe, recentemente restaurado, temos um sinal esperançoso de não só preservação e valorização deste patrimônio religioso e cultural, mas um fortalecimento do turismo religioso regional. A revitalização desta magnífica obra do barroco tardio, que completa 372 anos, oferece o marco decisivo para a ocupação do território da baixada campista e os inícios da evangelização.

Certamente, junto ao Santuário Santo Amaro e o já reconhecido e procurado Caminho de Santo Amaro que liga a Catedral Basílica Menor Santíssimo Salvador num percurso de 39 km. Ainda, como estações, ou ao longo da estrada, ou de forma próxima, 34 Igrejas antigas dão testemunho do legado de uma cristianização que revela a marca beneditina na alma do povo. Se somarmos estas conquistas da presença eclesial na baixada ao circuito religioso espiritual da cidade de Campos, encontraremos, a começar pela Basílica Santíssimo Salvador, verdadeiro cartão postal da cidade, a Igrejas de forte e acentuado acervo histórico artístico como a Igreja São Francisco no Km 0 da cidade, a Igreja da Boa Morte, a Igreja da Lapa, a Igreja São Benedito, o negro, a Igreja do Terço, necessitada de uma restauração, as

Igrejas mais modernas que interessam pelas suas peculiaridades arquitetônicas e por sua memória histórica como a Igreja Nossa Senhora do Rosário, Santa Teresinha, Sagrado Coração de Jesus e Mãe dos homens, não deixando de destacar, pela sua beleza e estilo, a Igreja principal da Administração Apostólica São João Maria Vianney e a Igreja Nossa Senhora do Carmo.

O turismo religioso tem um forte impacto sócio-religioso, educa para a contemplação do belo e do sagrado, possibilita a compreensão e o diálogo a partir da vivência da espiritualidade do espaço e memória, desencadeia caminhos espirituais de autoconhecimento e de experiências místicas como o caminho de Santo Amaro, de São Bento a Santo Amaro, como será possível agora.

Mas, também, como afirmava São João Paulo II, no 27 de setembro de 2003, constitui um elemento propulsor de luta contra a pobreza para a criação de empregos e harmonia social. Na seqüência pastoral, do partir, respeitar, acolher e servir, o turismo religioso presta um inestimável contributo para a paz, o diálogo, a inclusão social e espiritual, apresentando o que é a alma essencial religiosa das cidades que habitamos como nossa querida Campos. Deus seja louvado!

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