Somos uma Igreja dinâmica e acolhedora, onde as mudanças e transferências são normais. Desde sempre acompanhamos transferências de bispos, padres e irmãs, mudanças de conselhos, diretorias e coordenações de pastorais e movimentos. Assim também chegou a minha vez de arrumar as malas e partir para uma nova missão. Deixar Diamantino no Mato Grosso e abraçar Santa Cruz do Sul.
É difícil partir, mas é bom, ao chegar, ser bem acolhido. E como fui bem acolhido. Lembrei-me do texto bíblico de Lc 10 que fala da missão dos setenta e dois discípulos. Ao serem enviados por Jesus recebem a recomendação de levarem mensagens de paz. “Se forem bem acolhidos comam o que servirem a vocês, curem os doentes que aí houver e digam ao povo: O Reino de Deus está próximo de vocês!”.
Esta acolhida, com os votos de boas-vindas, senti desde o dia da minha nomeação da parte de Dom Sinésio, dos bispos do Regional, dos padres, da família, dos religiosos, diáconos, seminaristas e representantes das comunidades. Porém mais vivamente senti a acolhida quando da minha chegada a Santa Cruz, particularmente na missa de posse no dia 18 de julho na Catedral São João Batista. Foi algo emocionante e maravilhoso. Nunca senti tanta emoção com o carinho, a dedicação e o acolhimento. É preciso ser forte para não chorar ao ver-se rodeado de tantos bispos, padres e uma multidão de milhares de fiéis, superlotando a catedral.
A celebração foi vibrante, dinâmica e fluente, inspirando uma profunda escuta da Palavra de Deus e uma comunhão intima com o Mistério Eucarístico. Símbolos, gestos e ritos expressivos de sentimentos de gratidão e louvor a Deus por ter enviado um evangelizador. Uma celebração animada com cantos, músicas, saudações, abraços e bênçãos. Uma celebração transmitida para o mundo pelos Meios de Comunicação Social.
Quando tudo acabou, pensei: como vou corresponder a tanto amor, carinho e acolhimento? Senti o compromisso. Decidi-me naquela mesma noite, em frente ao Santíssimo na Capela do Bispado, a todos os dias da minha vida, em minha oração ou celebração, ao fazer o sinal da Bênção com minha mão erguida, abençoar todo o povo que mora ao norte, ao sul, ao leste e ao oeste da Diocese de Santa Cruz do Sul. E assim farei todos os dias, para que mutuamente acolhidos, fraternos e abençoados, caminhemos servindo o Senhor.
Ainda em resposta às caravanas que chegaram dos variados recantos da Diocese, vou procurar visitar logo a todas as paróquias, percorrendo as estradas de dia e de noite, levando a mensagem da Palavra e os frutos de nossa evangelização. Assim conhecerei as estradas e caminhos que nossos heróis motoristas percorrem todos os dias levando os frutos da terra que nossos colonos e agricultores produzem com o suor do seu rosto. A eles, motoristas e colonos, por ocasião do seu dia celebrado neste final de semana, nossa saudação e reconhecimento, com os parabéns e votos da bênção de Deus.