José Alberto Moura
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
Existem muitas circunstâncias e muitos motivos para nos alegrarmos. Até quereríamos viver sempre no meio da alegria contagiante de quem está de bom humor. Há fatos que nos dão ensejo para vivermos com entusiasmo e esperançosos de dias bons e cheios de certeza sobre uma vida realizada e próspera em todos os sentidos. No entanto, vivemos também situações e realidades de falta de base para a alegria.
Mesmo na realidade de infortúnios, quando nos é anunciada verdade sobre a superação de grandes impasses, tornamo-nos esperançosos e felizes. Assim, por exemplo, se um carro caiu no abismo e seu condutor ainda vivo não tem condição de sair do veículo por estar preso nas ferragens e alguém se aproximar e tirá-lo daí, certamente se alegrará imensamente pelo socorro advindo.
A história humana tem demonstrado desafios imensos, que tiram, para grandes parcelas, a esperança de uma vida realizadora. Parece não haver solução e esperança de dias melhores. Sozinho o ser humano não é capaz de superar seus imensos limites. Deus, no entanto, deixa a liberdade para o ser humano andar pelo caminho escolhido. Infelizmente este tem feito opção contrária ao projeto do Criador, que intervém nessa história, vindo em socorro da humanidade. Torna-se um de nós. Mostra-nos o caminho de volta à vida de sentido e realização. Quem o percebe exulta de alegria, como sua mãe, já gravida dele, ao visitar a prima Izabel (Cf. Lucas 1,46).
Não viesse o Filho de Deus ao nosso planeta, de forma humana, ficaríamos como o navio sem direção. Podemos até desconhecê-lo, mas o fato de sua vinda oferece a certeza de que um guia vai à frente da humanidade, como verdadeira e potente luz, mostrando a todos o que fazer para a retomada do humanismo divinizado. Quem o aceita e segue terá a força e a energia de sua luz para o ajudar a ter esperança de uma nova humanidade. Eis o papel ou a missão de quem O segue: viver na intimidade com Ele e praticar a justiça de seu Reino, onde todos são amados, promovidos em sua dignidade e incluídos em sua família. Então, acontecerá a fraternidade, com a superação das causas de morte.
O Natal de Jesus é anunciado e acontece para todas as pessoas de boa vontade, que aceitam o Filho de Deus em seu coração, na família, comunidade e sociedade. Não vivem só um dia, mas uma vida toda de alegria, pois, Deus reina em sua realidade todos os dias. Assim consertamos tudo o que está errado no coração e na vida humana!
O apóstolo Paulo nos estimula: “Estai sempre alegres!… Dai graças em todas as circunstâncias… Que próprio Deus da paz vos santifique totalmente e que tudo aquilo que sois – espírito, alma, corpo – seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!” (1 Tessalonicenses 5,16.23).