No próximo dia 19 de junho iniciaremos o Ano Sacerdotal, convocado pelo Papa Bento XVI. Nesse dia celebraremos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que torna presente em nossas comunidades a experiência do amor de Deus simbolizado no coração que derramou todo o seu sangue por nosso amor e salvação. Esse é também o Dia de Oração pela Santificação do Clero, quando as nossas comunidades são convidadas a rezar para que aqueles que Deus escolheu para servir ao nosso povo se santifiquem na missão que receberam e assim possam também conduzir o povo à santidade de vida com todas as consequências pessoais e sociais.
No dia 4 de agosto, dia do Santo Cura d’Ars – São João Maria Vianney –, celebraremos os 150 anos de sua morte. Ele, patrono dos párocos, é modelo de vida e missão para todos.
A oportunidade deste tempo de oração, que cada comunidade irá com criatividade viver neste ano que iniciaremos, nos faz voltar os olhos para o nosso tempo em que, mesmo com as dificuldades da mudança cultural em curso em nossa sociedade, Deus continua chamando jovens animados para darem suas vidas pela causa do Evangelho. É também o momento de todos nos sentirmos solidários para rezar por aqueles que, tudo deixando por amor a Cristo e aos irmãos, são chamados a viver alegres no Senhor, entregando cada dia suas vidas pelo Reino de Deus.
A maioria dos padres que conheço vive uma vida heróica e animada pela causa do Evangelho. Às vezes uma mídia guiada por sensacionalismos e interesses vários faz aparecer a ideia de que os problemas estão com a maioria dos presbíteros, o que não é verdade. Existem, dentro da proporcionalidade de nossa população, presbíteros que nos causam preocupações e pelos quais rezamos e procuramos encaminhar para que encontrem o sentido de suas vidas e de sua caminhada dentro de suas possibilidades. A maioria, porém, continua aprofundando o ideal com que saiu um dia de suas famílias para, levados pelo Espírito de Deus, servir ao povo.
Creio que um resgate importante deste ano será recordar tantos homens de Deus, sacerdotes, que viveram em grau heróico a vida de cada dia e foram fiéis até o fim de seus dias, na maioria das vezes doentes e na simplicidade.
Cada um de nós teria muitos exemplos para contar de presbíteros exemplares que marcaram suas vidas e ajudaram a viver com entusiasmo sua vocação e missão como Igreja de Jesus Cristo.
A Igreja, ao conceder privilégios especiais para este ano de oração e reflexão, quer justamente convidar todo o nosso povo a pedir que o número de vocações aumente, principalmente na santidade, e que isso leve ainda mais os nossos sacerdotes a se sentirem chamados à constante conversão para servir a Igreja sempre com alegria e ardor missionário.
Na mensagem de nossa Conferência Episcopal, o Cardeal Cláudio Hummes cita em sua conferência, no 12º Encontro Nacional de Presbíteros, um texto que ilumina o que acabamos de afirmar: “de modo geral, são homens dignos, bons, homens de Deus, admiráveis, generosos, honestos, incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos, os veneramos e amamos realmente, com claro reconhecimento do trabalho pastoral que realizam.”
Nas diversas Dioceses e Institutos Religiosos que conheço posso encontrar a maioria desses padres bons e missionários! Convivi com diversas situações de vida presbiteral nestes últimos 12 anos de episcopado e posso afirmar e testemunhar a generosidade e idealismo desses homens de Deus na busca de corresponder à vocação que receberam, procurando servir ao povo em suas necessidades espirituais e sociais.
Neste mundo plural, exigente e em mudança, mais do que nunca é bem-vindo este ano sacerdotal como um grande momento de conscientização, oração e partilha da vida e da missão do presbítero na atual conjuntura de nossa sociedade. Eis o convite a todos para que vivamos este ano pedindo a Deus pelos nossos sacerdotes.
