No dia em que se encerrou o Ano Paulino, com que a Igreja quis que a vida e o ensino do Apóstolo Paulo fossem objeto de estudo e de espiritualidade, o Papa atual convidou a Igreja e sobretudo o clero a fazer, deste outro ano, um esforço de estudo e afervoramento sobre o sacerdócio. É o Ano Sacerdotal.

O que motivou o Santo Padre a isto foi a comemoração dos cento e cinquenta anos da morte de São João Maria Vianney, o virtuoso pároco de Ars, na França. Já Pio XI o havia constituído como modelo e patrono dos párocos. Agora Bento XVI quer que o Santo seja patrono de todos os sacerdotes diocesanos, por ter sido exemplar modelo de dedicação à sua pequenina – e hoje universamente conhecida – paróquia de Ars.

Seu corpo não foi consumido na escuridão da sepultura. Está intacto, como se tivera acabado de morrer. E isto, há cento e cinquenta anos! Tive – como muitos outros já tiveram – a emoção de celebrar a Missa no altar em que jaz seu corpo intacto, usando o velho cálice dele, relíquia preciosa de sua piedade e de seu fervor. É este o Santo protetor do sacerdote diocesano, nosso modelo de santidade e dedicação ao ministério.

Não é de hoje que a Igreja-Mãe se preocupa com a santidade de seus padres. Basta lembrar que o Concílio Vaticano II, querendo mostrar a importância do sacerdócio ministerial, redigiu três documentos referentes a este assunto: um sobre o episcopado, que é o sacramento da ordem na plenitude; o outro sobre o presbiterato, sacerdócio do segundo grau e o terceiro sobre a formação sacerdotal do futuro padre.

Não é de hoje que os Papas se preocupam com a vida e a santidade do sacerdote. Desde São Pio X, fundador de nossa diocese de Uberaba, como os pontífices que lhe sucederam, enriqueceram a Igreja com exortações apostólicas, que são, ainda hoje, verdadeiros tratados de santidade da vida sacerdotal para os ministros do Evangelho.

Nas rápidas e estonteantes transformações por que passa o mundo e diante da necessidade da ação pastoral que hoje onera o sacerdote, o Ano Sacerdotal é um estímulo ao padre para a fidelidade à sublime vocação e um convite à Igreja para acompanhar os seus pastores com o carinho de suas preces e a força de seu apoio.

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira

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