Dom Canísio Klaus
Bispo de Diamantino (MT)

Em nosso calendário litúrgico, após o domingo do Batismo de Jesus, iniciamos o Tempo Comum. É um tempo privilegiado em que a comunidade aprofunda o mistério pascal; assimila e interioriza a Palavra de Deus no contexto da história; cultiva o compromisso batismal, lembrado e celebrado na Vigília Pascal. Nesta perspectiva, todo domingo deve ser lembrado e cultivado como a páscoa semanal, dia da assembleia e dia da eucaristia.

Nos primeiros domingos do Tempo Comum, a liturgia nos apresenta o início da vida pública de Jesus, com o anúncio e o chamado dos primeiros discípulos.

Na liturgia da palavra de Deus, neste domingo, Isaías nos fala de uma LUZ, que irá brilhar na Galiléia e que irá iluminar toda a terra. Essa luz eliminará as trevas da opressão e inaugurará o tempo novo da alegria e da paz sem fim.

Já o Evangelho, apresenta-nos a realização da profecia de Isaías: “O Povo que vivia nas trevas viu uma grande luz” (Mt 4, 12-23).
Jesus é essa luz, que começa a brilhar na Galiléia e propõe a todos os homens, a Boa Nova da chegada do Reino. Os discípulos serão os primeiros destinatários da proposta e as testemunhas encarregadas de levar o “Reino” a toda a terra.

Assim Jesus começou sua atividade, numa região pobre e oprimida, no interior do país, longe do centro econômico, político e religioso. Uma região desprezada pelos judeus como “Galiléia dos pagãos”.

Jesus deixa Nazaré e dirige-se para Cafarnaum, à margem do Lago, que se tornará o centro de sua atividade apostólica. Começa com o mesmo anúncio de João Batista: “Convertei-vos, porque o Reino de Deus está próximo”.

As suas Palavras anunciam essa nova realidade e os seus gestos são sinais evidentes de que Deus começou a sua obra. Jesus logo chama seus primeiros colaboradores, que são pescadores do lago de Genesaré, gente simples, rude, sem muito estudo, mas justos, homens trabalhadores, que sabiam o que é lutar pela vida.

E quando ouviram o apelo de Cristo, deixaram tudo e o seguiram: “Venham e sigam-me e farei de vocês pescadores de homens. Eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram”.

E foi assim que o Reino de Deus se estabeleceu pelo mundo inteiro, contando sempre com os colaboradores, que hoje chamamos de discípulos e missionários de Jesus Cristo.

Cristo precisa ainda hoje de colaboradores para anunciar e testemunhar o Reino de Deus, que pela conversão ajustem suas vidas e centrem seus ideais no plano de amor de Deus.

Para que nesse mundo de trevas e violências, brilhe a luz das nações, que é Cristo Jesus, e para que o Reino de Deus seja anunciado e se estabeleça em toda a humanidade, Cristo conta conosco. Ele aguarda o nosso SIM generoso ao seu CHAMADO.

Santa Cruz do Sul, aos 20 de janeiro de 2011, na festa de São Sebastião Mártir.

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