Felizmente as eleições já se foram. Não que seja ruim a democrática obrigação de votar. Infelizes éramos quando não nos permitia a ditadura exprimir nossas preferências e, por isto, nos eram impostos os governantes que não havíamos escolhido. Hoje somos nós que pelo voto dizemos quem nós queremos que nos governe. “Libertas, quae sera tamen”.
O que nos parece desagradável é a pré-eleição, com propaganda obrigatória todos os dias e até em várias horas do dia. Aparece na TV a figura do candidato, o seu número, o partido em que está inscrito, mas não dá para o eleitor conhecer a competência do candidato, seu programa de ação, sua vida pregressa, sua moral, o currículo dos seus estudos, etc. Pela propaganda obrigatória é quase impossível poder escolher acertadamente, porque os dados são insuficientes para um julgamento acertado.
Aproveito o artigo sobre eleição para manifestar uma preocupação que tenho. Estranha-me pessoalmente que numa democracia, como a nossa, apareçam candidatos do P.C. do B., isto é, Partido Comunista. Todos sabemos que até hoje, em todos os países em que reinou ou reina o Partido Comunista, nunca houve democracia. São sempre regimes ditatoriais, mesmo nos tempos hodiernos. É só lembrar a Rússia, a Alemanha Oriental, a Polônia, etc. e atualmente a China, Cuba e outros, felizmente poucos. Será que o Partido Comunista, caso se implantasse no Brasil, seria excepcionalmente democrático? O que atualmente dizem o seu programa e os seus princípios?
Agora, com novas Câmaras Municipais e com Prefeitos recém-eleitos, temos o direito de sonhar e esperar que nossas cidades recebam novo “elan” e duradouro impulso. Quem foi honrado com a confiança do eleitor não tem o direito de fazer do seu cargo um passa-tempo bem remunerado.
A cidade tem o direito de exigir atenta dedicação, presença e trabalho dos que, nesta nova fase política da cidade, receberam a alta missão de entregar-se corporal e espiritualmente ao bem da cidade e dos seus munícipes.
Acrescente-se ainda que o cidadão tem o direito de ter acesso fácil aos que foram eleitos para o bem da cidade. É esta a tarefa que assumiram.
Conheci, há anos, um Governador de São Paulo que, uma vez por semana, dava, ao ar livre, audiência pública aos cidadãos inscritos. Percorria com seus assessores a imensa roda dos que lhe queriam falar e, se justo o pedido, mandava um dos acompanhantes anotar para estudar e resolver o caso apresentado. Isto não é lenda. É fato histórico.
Desejável seria que o exemplo, de algum modo, pudesse ser imitado pelos novos responsáveis pela nossa cidade. Assim seja!
