Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No dia 01 de dezembro, iniciamos o Triênio preparatório do centenário da nossa Diocese de Campos, erigida em 04/12/1922, com uma grande concentração diocesana, para planejar, fazer memória e celebrar nossa caminhada eclesial. É um momento forte para reviver nossas raízes fundacionais e nossa identidade espiritual, religiosa e pastoral que nos caracteriza e constitui um legado e um dom para a Igreja.
Partindo da semente plantada pelos beneditinos e jesuítas que primeiriaram, como diz o Papa Francisco, a nossa evangelização. Liderada por sete bispos (dois salesianos e cinco seculares), foi se desenvolvendo uma Igreja Particular que soube, como o escriba sábio de São Mateus, articular a Tradição genuinamente católica com a novidade sempre transformadora do Evangelho de Cristo.
Com o passar do tempo, se formou um clero zeloso, sempre presente na vida pública, como o Pe. Rosário e Mons. Severino, que deixaram todo um testemunho generoso, cristalizado em inúmeras obras sociais e educativas. A vida consagrada dedicada, com um Carmelo muito presente e orante, a vida religiosa apostólica masculina integrada pelos padres salesianos, redentoristas, arautos do evangelho e irmãos mercedários da Caridade; e a vida religiosa feminina animada pelas Filhas de Maria Auxiliadora, Irmãs do Bom Conselho, Santa Teresinha, dos Anjos Adoradoras da Santíssima Trindade, Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue, Missionárias de São José e Missionárias Servas de Javé Salvador. O crescimento do diaconado permanente e sua força serviçal, o testemunho das leigas consagradas, virgens e viúvas, no ritual de São Paulo VI.
Um laicato reunido ultimamente no CNLB, que conta com movimentos fortes e pastorais inclusivas coordenadas hoje pela Caritas Diocesana. Tivemos um grande desafio, que foi superar a rachadura eclesial, causada por uma incompreensão do Concílio Vaticano II que, com o diálogo, a boa vontade e o sentir com a Igreja, chegaram novamente à comunhão plena no ano 2000, testemunhando a importância do encontro e do pluralismo legítimo, que se pode apreciar tranquilamente na fraternidade entre a Diocese e a Administração Apostólica São João Maria Vianney.
Oferecemos ao Brasil e ao mundo, diante de virulentos grupos sectários e fechados na intolerância, uma Igreja que sabe conviver com as diferenças e que tem potencialidades e virtudes espirituais e pastorais que certamente a impulsionaram para a Nova Evangelização e para testemunhar com fé o Reino de amor e de paz. Deus seja louvado!
