Aspectos bíblicos, teológicos e pastorais do Jubileu 2025 são abordados no segundo dia da reunião dos secretários executivos

Na parte da manhã desta terça-feira, 12 de novembro, a reunião dos bispos secretários e secretários executivos dos regionais da CNBB, que acontece desde ontem no Auditório Dom Helder Camara, na sede da CNBB, em Brasília (DF), contou com uma reflexão sobre o Jubileu 2025, que tem como tema: “Peregrinos da Esperança”. 

O bispo auxiliar de Vitória (ES), dom Andherson Franklin Lustoza de Souza, e o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Antônio Luiz Catelan, abordaram os aspectos bíblicos, teológicos e pastorais do Jubileu 2025

Terra, teto e trabalho

Dom Andherson expôs em sua palestra como o conceito do Jubileu está presente no Primeiro e Segundo Testamentos, uma vez que ele é abordado de maneira diferente em cada uma desses livros bíblicos.

Segundo o bispo, no Primeiro Testamento, o Jubileu é uma prática instituída por Deus no Pentateuco, especialmente no Livro de Levítico, e tem um significado profundo relacionado à libertação, ao perdão de dívidas e ao restabelecimento da ordem social e econômica. 

“Por isso, o Jubileu nos convoca, discípulos missionários, a revermos nossa postura a partir de um encontro pessoal com Cristo, acolhendo os valores do Evangelho e deixando que os mesmos nos impulsionem, a fim de que todos possam ter terra, teto, e trabalho, como nos pede o Papa Francisco”. 

Já com relação ao Segundo Testamento, dom Andherson procurou contextualizar o conceito de Jubileu apontando-o para os ideais de libertação, perdão e restauração, centrais no ministério de Jesus Cristo. “O Ano Jubilar pode e deve ser uma ocasião propícia para que possamos estreitar laços de fraternidade e perdão, condições sem as quais não vamos avançar”, concluiu o bispo. 

Jubileu da Esperança

Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, se ateve ao texto da Bula do Jubileu da Esperança, intitulada “Spes Non Confundit”, relacionando-a com outros documentos do Papa Francisco, como a Exortação Apostólica sobre o Anúncio do Evangelho no Mundo Atual, Evangelii Gaudium.

Segundo a tradição, cada Jubileu é proclamado através da publicação de uma Bula Papal (ou Bula Pontifícia) de Proclamação. Ele explicou que a Bula do Jubileu da Esperança contém súplicas, propostas e palavras chaves relacionadas à temática da esperança. Também salientou que o livro bíblico que o Papa Francisco toma como referência ao fazê-la é a Carta aos Romanos, núcleo fundamental da Bula. Recordou que, na Bula, os apelos de Francisco são pelos prisioneiros, migrantes, doentes, idosos e jovens.  

“Na Bula o Papa apresenta vários sinais dos tempos, dois como apelos e outros seis como sinais de esperança para o nosso tempo”, disse. Catelan recordou ainda que desde o primeiro Testamento, o Jubileu busca resgatar a experiência do encontro com Deus, o Deus da Aliança, que nos protege. 

Outros assuntos também foram abordados nesta manhã como os projetos missionários das Pontifícias Obras Missionárias (POM), apresentados pela irmã Regina da Costa Pedro.

Partilhas e trocas de experiências

 

Dom José Luiz Ferreira Salles

A reunião segue até o dia 14 com a reflexão sobre outras temáticas. Dom José Luiz Ferreira Salles, bispo de Pesqueira (PE), secretário do regional Nordeste 2, destacou que o momento é importante, pois traz a oportunidade de partilha e troca de experiências:

“A gente traz a realidade de cada região, da nossa região, no caso o Nordeste, mas também a gente escuta as experiências que outros regionais estão fazendo na missão evangelizadora, na ação missionária, então isso é muito rico, e também gera comunhão entre nós, afinal de contas o trabalho da CNBB é feito em comunhão, pela partilha de todos os regionais”. 

Maria Inês Sousa

Maria Inês Sousa, secretária executiva do regional Nordeste 3, destacou que a importância do encontro está na colegialidade, além da integração dos regionais com a sede.

“Os temas tratados aqui são super importantes, porque isso também nos ajuda a melhorar o nosso aprofundamento nas dioceses, os repasses que a gente tem que fazer para as pastorais, movimentos e eu acho também que é uma forma de a gente estar em sintonia com a Matriz. E a convivência entre os colegas que têm a mesma função nos regionais, embora cada um diferente, mas a função é a mesma, isso também é um ponto muito importante”, destacou.  

Dom Wellington de Queiroz Vieira

Dom Wellington de Queiroz Vieira, bispo de Cristalândia (TO), e secretário do regional Norte 3, falou que o momento é de refletir sobre a caminhada, a vida da Igreja e os desafios em comum.

“Hoje, de modo particular, refletimos sobre o Jubileu que nós vamos viver no próximo ano, como entender e como viver esse jubileu em nossas comunidades. É interessante pensar que o jubileu é um momento de agradecer a Deus para a nossa caminhada, mas é também um momento de revisão da caminhada, de repensar nossas ações e de olhar para o futuro com esperança. A esperança de quem realizou o encontro com Cristo e a esperança de quem acredita em dias melhores. Decisão, pelo nosso compromisso e pela graça de Deus, então tem sido um momento de renovação dos nossos ânimos, da nossa disposição, da nossa estratégia na caminhada e na evangelização”, diz. 

Por Larissa Carvalho

 

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