Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
No mês de abril de 2018 aconteceu, em Aparecida, SP, a 56ª edição da Assembleia Geral do episcopado brasileiro. Esse fato tem um profundo significado para toda a Igreja, porque expressa visivelmente a unidade na diversidade. São bispos de todas as partes do país, cada um trazendo na bagagem suas experiências pastorais, vitórias e dificuldades para serem partilhadas com os demais.
De certa forma, a Assembleia Geral traça rumos para um agir pastoral, principalmente quando ela aprova documentos, sejam apenas como de estudo ou como oficiais. Mesmo nas diferenças regionais, a linguagem e o espírito pastoral se tornam únicos. São atitudes que revelam a força transformadora do Espírito Santo, fonte de unidade e fator decisivo de diversidade nas comunidades.
Na Assembleia Geral deste ano, o tema principal foi sobre a formação sacerdotal, “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil”. Em 8 de dezembro de 2016 foram publicadas diretrizes universais da formação dos presbíteros com orientações para as Conferências Episcopais de todo o mundo. O que fizemos foi adaptá-las para as realidades da Igreja no Brasil.
É uma das grandes preocupações da Igreja a formação dos sacerdotes. As exigências da cultura pós-moderna são cada vez maiores. E não é fácil formar padres para os dias de hoje. Mas temos agora uma fonte de melhor orientação para os nossos Seminários, possibilitando maior segurança para nossos formadores. O texto deve ser colocado em prática e adaptado para cada realidade do país.
Mas a Assembleia Geral não ficou apenas nisso. Além da convivência e partilha fraterna, muitos outros temas fizeram parte da pauta pre-construída e votada pelo Conselho Permanente da CNBB. Não ficou de fora a preocupação com o momento político e econômico brasileiro. Por isso, tivemos algumas análises de conjuntura para nos sintonizar com os problemas que atingem o nosso povo.
Também faz parte do evento a publicação de notas sobre determinadas assuntos pertinentes ao momento da sociedade. O mais importante é a preocupação da Igreja com as necessidades do povo. Ali os bispos apresentam suas realidades, seus desafios e, em muitos casos, há uma partilha de todos para ajudar em situações existenciais concretas para amenizar os sofrimentos do povo.