Audiência com Bento XVI encerra visita Ad Limina do Regional Nordeste 3

Nesta sexta-feira, 10, o papa Bento XVI recebeu em audiência, em Castel Gandolfo, os bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB (Bahia e Sergipe). O esperado encontro em grupo dos 28 bispos em visita “Ad Limina” teve início com o discurso de saudação dirigido ao papa pelo bispo de Itabuna e presidente do Regional, dom Ceslau Stanula.

“Beatíssimo Padre, ansiosamente esperávamos a chegada deste feliz momento do encontro com Vossa Santidade na visita “ad Limina Apostolorum”. Viemos aqui como sucessores dos apóstolos a fim de venerar os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, encontrarmo-nos com o Bispo de Roma e reafirmar a nossa comunhão com o sucessor de Pedro (…) Trazemos também a saudação dos aproximadamente 16 milhões de pessoas que estão entregues ao nosso pastoreio nestes dois Estados: Bahia e Sergipe”, disse dom Ceslau.

Ele concluiu sua saudação pedindo para todos os fiéis, da Bahia e Sergipe, a confortadora bênção apostólica do papa Bento XVI.

A seguir, o Pontífice dirigiu seu discurso aos bispos do Regional Nordeste 3. Após saudar calorosamente os 28 bispos presentes, e agradecer as palavras que lhe foram dirigidas por dom Ceslau, Bento XVI ressaltou: “Há mais de cinco séculos, justamente na vossa região, se celebrava a primeira Missa no Brasil, tornando realmente presente o Corpo e o Sangue de Cristo para a santificação dos homens e das mulheres desta bendita nação que nasceu sob os auspícios da Santa Cruz. Era a primeira vez que o Evangelho de Cristo vinha a ser proclamado a este povo, iluminando a sua vida diária. Esta ação evangelizadora da Igreja Católica foi e continua sendo fundamental na constituição da identidade do povo brasileiro caracterizada pela convivência harmônica entre pessoas vindas de diferentes regiões e culturas”.

Em seguida, o papa frisou que apesar de os valores da fé católica terem moldado o coração e o espírito brasileiros, hoje se observa uma crescente influência de novos elementos na sociedade, que há algumas décadas eram-lhe praticamente alheios.

O pontífice evidenciou a questão do abandono de muitos católicos da vida eclesial ou mesmo da Igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil se assiste à rápida expansão de comunidades evangélicas e neopentecostais.

“Em certo sentido as razões que estão na raiz do êxito destes grupos são um sinal da difundida sede de Deus entre o vosso povo. É também um indício de uma evangelização, a nível pessoal, às vezes superficial; de fato, os batizados não suficientemente evangelizados são facilmente influenciáveis, pois possuem uma fé fragilizada e muitas vezes baseada num devocionismo ingênuo, embora, como disse, conservem uma religiosidade inata”.

Diante dessa situação, Bento XVI advertiu uma imperiosa necessidade: “Com o crescimento de novos grupos que se dizem seguidores de Cristo, ainda que divididos em diversas comunidades e confissões, faz-se mais imperioso, da parte dos pastores católicos, o compromisso de estabelecer pontes de contato através de um sadio diálogo ecumênico na verdade.  Tal esforço é necessário, antes de qualquer coisa, porque a divisão entre os cristãos está em contraste com a vontade do Senhor de que «todos sejam um» (Jo 17,21). Além disso, a falta de unidade é causa de escândalo que acaba por minar a credibilidade da mensagem cristã proclamada na sociedade”, completou o papa, que concluiu o encontro com uma saudação apostólica.

A visita Ad Limina do Regional Nordeste 3 termina neste sábado, 11.

CNBB com RV

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