Dom Adelar Baruffi
Bispo Diocesano de Cruz Alta
Em outubro, Mês Missionário Extraordinário, no nosso Ano Missionário Diocesano, com Maria, Nossa Senhora de Fátima, celebramos a 68ª Romaria ao Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Fátima, em Cruz Alta. Será no dia 13 de outubro de 2019. Quer nos ajudar a caminharmos como bons cristãos, filhos amados da Virgem Maria, e vivermos o nosso batismo e a missionariedade. Acolhemos, como Diocese, o convite do Papa Francisco que convocou para a missão, em comemoração dos cem anos no lançamento da carta de Bento XV, Maximum Illud. Temos consciência de que a missionariedade é o jeito de ser do cristão, que não pode deixar de falar, de testemunhar e anunciar Jesus Cristo aos outros. A missão é a perene identidade da Igreja, está no seu coração. Missionário é todo batizado, pelo seu testemunho de vida e pelo anúncio da Palavra. Para que isto seja possível, é preciso reavivar a alegria, a dignidade e o compromisso de batizados. O Papa nos pede para sairmos de nosso comodismo, abrir as portas, para anunciar o evangelho.
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019-2023, aprovadas na 57ª Assembleia Geral da CNBB, partem de uma necessidade grande: anunciar Jesus Cristo, viver a missionariedade num mundo cada vez mais urbano, formar comunidades eclesiais missionárias. Reafirmamos o caminho que nossas comunidades já fazem, de não dar por pressuposto o anúncio de Jesus Cristo. A comunidade será sempre missionária. A conversão pastoral, que está a caminho em nossas dioceses, pede que toda a ação da Igreja seja vista a partir do paradigma missionário. Nenhuma ação da Igreja precede o anúncio da boa nova de Jesus Cristo.
O impulso gratuito para a missão, como identidade constitutiva da Igreja, tem sua razão de ser na dinâmica própria de nossa vida que encontra seu sentido no amor da Santíssima Trindade, que nos foi dado no nosso batismo. Por isso, a missão tem muitas dimensões, como nos falou o Papa Francisco em várias oportunidades: acompanhar os que são de nossas comunidades, ir em busca dos batizados afastados e levar o evangelho a outras pessoas que ainda não o conhecem. Esta última, a missão ad gentes tem sua razão de ser não pela necessidade de um proselitismo religioso, para aumentar o número de fiéis. Sua razão é que o amor de Deus é universal. Não temos um produto a vender, mas uma vida a comunicar: Deus, a sua vida divina, o seu amor misericordioso, a sua santidade. A missão de Jesus Cristo, consagrado e enviado pelo Espírito Santo, inspira a missão da Igreja para todos os tempos, ser luz dos povos, anunciando a Cristo Luz. Então, porque anunciar o Evangelho num mundo que, inclusive, ensina a viver sem Deus? “Conhecer Cristo ou não o conhecer, ser batizado ou não o ser, abraçar a fé cristã e pertencer à Igreja, viver o Evangelho da reconciliação e experimentar o perdão de Deus ou não, fazem a verdadeira diferença” (Guia do Mês Missionário Extraordinário, p. 33).
Queremos nos inspirar no modo como a Virgem Maria viveu a missão! Diz o evangelho que “partiu imediatamente” (Lc 1,39) para levar a Boa Nova para sua prima Isabel, também cheia da graça, e lá proclama as maravilhas de Deus nela e no seu povo, no cântico do Magnificat (cf. Lc 1,46-55). Ela viveu plenamente sua vocação e missão. Todo batizado tem nela uma grande inspiração. Não somente pelas palavras que disse, mas pelo seu modo de vida, no testemunho de santidade.