É com grande alegria que me dirijo a todos vós, neste “tempo santo”, que a Divina Providência oferece-nos, tendo ainda diante dos olhos e presente no coração a experiência espiritual da inauguração do Ano Sacerdotal, durante as Segundas Vésperas da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, presidida pelo Santo Padre no dia 19 de junho último, na Basílica de São Pedro.
Durante todo o Ano Sacerdotal, na segunda quinzena de cada mês e tendo como base os textos da Liturgia de Ordenação, terei a alegria de oferecer-vos uma breve reflexão vinda do coração e inspirada no amor pelo Sacerdócio católico. Espero que possa ser um modesto auxílio e contribuição para a meditação comum, sendo uma “companhia cristã e sacerdotal” neste Ano no qual, com o Sucessor de Pedro, todos queremos experimentar uma profunda “renovação espiritual”.
A Igreja, na sua materna sabedoria, sempre ensinou-nos que o ministério nasce a partir do encontro de duas liberdades: divina e humana. Se, por um lado devemos sempre recordar-nos que “ninguém pode arrogar-se tal encargo. É-se chamado a ele por Deus” (CIC n. 1578), por outro lado, evidentemente, é sempre um “eu humano criado” – com a própria história e identidade, com as próprias qualidades e também com os próprios limites – que responde ao chamado divino.
A tradução litúrgico-sacramental do assimétrico e necessário diálogo entre a liberdade divina que chama, e a liberdade humana que responde, é representada pelas perguntas feitas a cada um de nós pelo Bispo, durante o Rito da nossa ordenação, antes da
imposição das mãos. Nos próximos meses, percorreremos juntos este “diálogo de amor e de liberdade”.
