Campanha da Fraternidade 2015

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

Celebramos 50 anos do término do Concílio Vaticano II. Ele emitiu 16 documentos muito importantes para a Igreja relançar sua missão na sociedade, coerente com o seguimento a Cristo e a prática de seus ensinamentos. Assim realiza sua missão no serviço de implantação da justiça, provinda de Deus, com a implantação da convivência fraterna. Não se realizou para apresentar novos valores, mas para atualizar os meios de aplicá-los e difundi-los de modo mais atual e eficaz.

As conseqüências da aplicação dos resultados desse Concílio, iniciado pelo Papa S. João XXIII e continuado pelo Papa Bem-aventurado Paulo V,I são muitas e valiosas. Assim, a Igreja não se fecha para dentro da sacristia, mas se abre para servir à humanidade com a apresentação da cidadania, promoção da dignidade da vida e da pessoa humana. Colabora para se imprimir mais humanidade, diálogo, respeito aos valores éticos e morais, conforme a perspectiva humana, à luz do Evangelho de Jesus.

Neste ano a Campanha da Fraternidade retoma os valores do Concílio, focalizando a “Fraternidade, a Igreja e a Sociedade” como tema, levando a reflexão para todos em relação ao lema “Eu vim para servir” (Marcos 10, 45). O documento conciliar “Luz do mundo” apresenta a Igreja com a missão dada por Jesus, devendo imitar o Mestre no serviço prestado à humanidade. Tal incumbência a torna indicativa dos valores da vida criada por Deus, com intuito de mostrar à humanidade a necessidade de cuidar da vida do planeta e da pessoa humana em especial, para se viver na dignidade de filiação divina, em que cada ser humano deve ser respeitado, promovido e amado como imagem e semelhança de Deus. Nas diferentes realidades cada um, em consciência, deve desenvolver suas qualidades e crenças para servir à causa do bem comum. Por isso, os temas do ecumenismo e diálogo interreligioso, propostos pelo Concílio (com os documentos “A Reintegração da Unidade”, sobre o ecumenismo ou diálogo entre as Igrejas Cristãs; “A Dignidade da Pessoa Humana”, sobre a liberdade religiosa e “Em nossa Época”, sobre as relações com as religiões não cristãs”) são de grande importância para a promoção da fraternidade, da justiça e da paz.

O documento do Concílio “Alegria e Esperança” de modo exuberante apresenta a Igreja em diálogo com a sociedade, falando na linguagem transformadora da história, com o humanismo cristão. Este promove a pessoa humana e o bem comum, a partir dos marginalizados da história. Sem abdicar de sua missão profética, a Igreja do Concílio baseia seus princípios e orientações na Palavra de Deus, fonte de vida e salvação, através do documento “A Palavra de Deus”. A reforma litúrgica, tão necessária para a participação proveitosa e compreensível dos fiéis, trouxe grandes frutos para a celebração litúrgica da Eucaristia e dos Sacramentos. Podemos ver isso de modo bem claro no documento “O Sacrossanto Concílio”.

A Quaresma deste ano, como grande momento de enriquecimento da fé, baseada na ressurreição de Jesus, celebrada na Páscoa, é enriquecida com a Campanha da Fraternidade, participada, de modo especial, com o uso do texto próprio, distribuído pelas Paróquias e acessíveis a todos. No domingo de Ramos, anterior ao da Páscoa, faz-se a coleta da fraternidade, fruto da doação generosa de cada um, para se ajudar a promoção da evangelização e da promoção humana pelas Dioceses e toda a Igreja no Brasil.

Todos são convidados a participarem deste momento forte da Quaresma para o enriquecimento espiritual que leva à fé transformadora da vida e da sociedade.

 

 

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