Todos os anos a Igreja no Brasil realiza, a partir do Domingo de Cristo Rei, e nos três domingos do Advento, a Campanha para a Evangelização. O propósito é integrar todos os fiéis na missão evangelizadora da Igreja e assegurar, assim, sob a graça de Deus, a eficácia da missão eclesial de evangelizar. «Ide e evangelizai» é, com efeito, o mandato permanente de Nosso Senhor à Igreja e a cada batizado. Nenhum de nós pode ficar fora do grande movimento de evangelização iniciado pelo próprio Jesus e confiado aos apóstolos. Ainda mais neste tempo em que estamos empenhados na missão permanente, ou melhor, em animar nossas comunidades para que vivam em estado permanente de missão.
«Ele se fez pobre para nos enriquecer» é o tema da Campanha da Evangelização deste ano, escolhido em vista da unidade temática do Ano Litúrgico de 2010, que deve girar em torno do tema da economia, que será aprofundado na Campanha da Fraternidade, a ser realizada no período quaresmal; na Campanha Missionária, que acontece no tempo comum, e nos demais temas que norteiam nossas reflexões durante o ano.
Evangelizar é, sobretudo, anunciar a libertação do pecado e a graça da comunhão com o Absoluto, que Jesus nos veio revelar. A Igreja evangeliza pela celebração dos sacramentos, sinais visíveis e eficazes da graça; pelo anúncio da Palavra de Deus e pelo testemunho da caridade. Mas garantir uma economia que reconheça a dignidade da pessoa – e não se reduza simplesmente a estratégias cujo único fim é o lucro – faz parte também do processo de evangelização, que tem por objetivo libertar o homem de todas as escravidões. Os pobres não podem continuar como vítimas de uma economia sem coração, e nossa opção pela libertação integral do homem, de modo especial do pobre, tem suas raízes em nossa fé cristã, como expressa Bento XVI: «[…] o encontro com Deus é, em si mesmo e como tal, encontro com os irmãos, um ato de convocação, de unificação e de responsabilidade pelo outro e pelos demais. Nesse sentido, a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica, naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8,9)» (Discurso de abertura da Conferência de Aparecida, maio de 2007).
Convido todos a partilhar, dando sua contribuição para que em nossa sociedade e na economia que a rege apareçam virtudes como a justiça, o amor, a benevolência e a gratuidade. Não vivemos só para acumular bens materiais e buscar somente o lucro em tudo, pois pertencem também à natureza humana a generosidade e gratuidade. A alegria de dar é maior do que a de receber.
Além da consciência de nossa responsabilidade na Evangelização, a Campanha para a Evangelização estará recolhendo em todas as Missas dos dias 12 e 13 de dezembro a oferta financeira, para que a Igreja tenha recursos necessários para promover ainda mais o anúncio do Evangelho, que quer trazer vida para nossa vida e justiça e amor para nossa convivência social.
A coleta será repartida para a CNBB Nacional, CNBB Regional e para a arquidiocese. Em nossa Arquidiocese do Rio de Janeiro, a parte da coleta que ficará para a utilização no trabalho de evangelização será destinada a iniciar a conta bancária que começará a recolher contribuições várias para financiar compra de terrenos e empreender construções de Igrejas na periferia da cidade, que cresce e necessita de locais de culto que sinalizem a presença da Igreja junto ao seu povo.
Desde já agradeço todo o esforço que estão fazendo para que essa presença de evangelização já exista através de tantas atividades, e, em especial, através dos círculos bíblicos, mas que agora necessita de locais e capelas que concretizem essa presença.
Que o Senhor abençoe a todos os que repartem de sua pobreza e dão sua contribuição com alegria e generosidade.