Iniciamos o tempo do Advento, em preparação à celebração do Natal de Jesus. O Emanuel, anunciado pelos profetas, veio ser Deus-conosco e ensinar-nos o caminha que leva à realização humana plena. O grande Deus se fez pobre, nascendo como uma criancinha sem luxo nem pompa. Não mostrou seu triunfo no ter coisas materiais e prestígio pelo domínio de liderança que massacre os outros. Veio dar a lição da dignidade humana, que não se evidencia na sua projeção social ou econômica, mas no seu valor de imagem e semelhança de Deus.
Encetamos, neste tempo, a Campanha para a Evangelização com o tema “Ele se fez pobre para nos enriquecer”. De fato, o Filho de Deus veio nos apresentar a pobreza do ser, isto é, a erradicação de tudo o que é material buscado como finalidade, e a colocação da riqueza do amor de Deus como valor maior. Com isso, haverá mais solidariedade, justiça e promoção do bem de toda a pessoa humana. A riqueza material, buscada como finalidade, faz minorias reterem tudo para si, deixando grandes parcelas na miséria e exclusão humana e social.
O Natal não deve apresentar o anti-Natal, ou seja, uma festa para aumentar ainda mais a injustiça, em que se valoriza o econômico acima do amor ao semelhante. A Campanha para a Evangelização, feita já há vários anos pela Igreja no Brasil, visa promover o compromisso da ação evangelizadora para se dar sentido à celebração do Natal. Mostra a todos, especialmente aos menos esclarecidos e mais necessitados, o valor da aceitação do Filho de Deus na vida e a colocação em prática de seu ensinamento, para que todos tenham vida de sentido e qualidade. Com o resultado financeiro da mesma, através da coleta feita no terceiro domingo do Advento, são promovidas mais a ação pastoral e evangelizadora da Igreja, seja para a manutenção das atividades dos organismos pastorais, seja para auxiliar, nessa mesma perspectiva, regiões mais carentes de catequese e ação missionária.
Com a celebração do Natal, vivenciamos mais as palavras: “Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra… Judá será salvo e Jerusalém terá uma população confiante…” (Jeremias 33, 15-16). Mas é necessário nos prepararmos para usufruir bem desse acontecimento, com conversão e vida voltada para o compromisso e a nova mentalidade apresentada pelo Filho de Deus: “Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida” (Lucas 21, 28.34).
A chegada de Deus feito um de nós merece uma abertura do coração e da vida para que Ele reine em nós, em nossa família e na sociedade. Ajuda-nos a tanto a Novena do Natal feita entre famílias vizinhas. A oração, a meditação na Palavra de Deus, o diálogo e as conclusões de estímulo para a prática da fraternidade e da justiça nos dão força para vivermos a realidade do Natal.
