Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No mês de agosto, que celebra a vocação no Povo de Deus e chama para assumir de forma serviçal e generosa os ministérios, não poderia faltar a valorização do trabalho e missão do catequista na comunidade. Em situações de violência e desagregação social, cada vez mais escancarada, fazer ressoar a Palavra nos corações e abrir espaços de diálogo, edifica relacionamentos cordiais e desarmados.
O catequista, como iniciador à vida cristã e seguidor coerente do Príncipe da Paz, será uma pessoa de palavra e para a Palavra, semeará com mansidão atitudes e gestos que unam e aproximem histórias e vidas fragmentadas. Saberá que a evangelização supõe sempre amizade e partilha, construindo laços de ternura e comunhão, sem os quais a Palavra carece de terra boa.
Num mundo de monólogos e barulhos, que não raro dispersam a atenção, como mestre orante ensinará com o testemunho o valor do silêncio, da pureza de intenção e da importância do cultivo da vida interior. Como João Batista, será sempre um batedor dos caminhos de Deus, abrindo pontes, picadas, frestas para que a Palavra de Deus remova empecilhos e obstáculos, destravando os corações.
Do jeito de Maria, exercerá o rol de reconciliador, praticando a correção fraterna e a misericórdia compassiva que sempre cura, restaura ressentimentos e bloqueios entre as pessoas. Animará os encontros e atividades com a alegria e esperança do Reino, que dão empoderamento aos pequenos, pobres e sofredores trazendo vida digna em abundância.
Sim, precisamos muito de catequistas, porque não podemos viver sem a profecia, memória e o encontro com a Palavra que tudo transforma e restaura. Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Mestra da fé, encoraje, anime e fortaleça os nossos catequistas para se tornarem servos e instrumentos voltados, por inteiro, à Paz e ao Amor do Reino. Deus seja louvado!