Membros da presidência da CNBB e cardeal Raymundo Damasceno recordam momentos marcantes dos 71 anos da CNBB

No último dia 13 de outubro, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu o arcebispo emérito de Aparecida (SP), o cardeal dom Raymundo Damasceno Assis para o programa “CNBB 71 anos – um olhar agradecido à história”, produzido pela Assessoria de Comunicação da CNBB e transmitido nas redes sociais da Conferência.

No primeiro bloco do programa, os  membros da presidência fizeram uma saudação pelo aniversário da CNBB e recordaram também momentos de suas histórias em relação à história da Conferência. O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, reforçou o papel da entidade: “A Conferência é esta instância de comunhão entre os bispos na Igreja  no Brasil e também de, nestes 71 anos, de cooperação para promover, no país, a comunhão e vida digna para todos.

“Que a CNBB possa ser sempre mais esta instância primeiro de comunhão e de promoção e cuidado da vida de nossa gente, anunciando sempre o Reino de Deus”, expressou dom Jaime.

O arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva, recordou momentos de sua história pessoal dos quais a CNBB faz parte desde jovem leigo até sua nomeação como bispo auxiliar de Belo Horizonte.

Em um dos trechos do vídeo, o prelado contou que desde adolescente começou a participar em sua comunidade de origem, a paróquia Nossa Senhora do Líbano, na arquidiocese de Juiz de Fora (MG), e iniciou sua jornada de preparação para se tornar catequista.

Ele recordou que em 1983 comprou o seu primeiro documento editado pela CNBB. Trata-se do documento 26, cujo tema é: “Catequese renovada – orientações e conteúdo” que ele contou ter usado inúmeras vezes e encadernado com uma capa dura para mantê-lo preservado. “Esse foi um marco na minha vida como leigo na relação com a CNBB”, disse. Mais tarde, já como seminarista, dom João Justino disse ter acompanhado com atenção tudo o que a CNBB e os bispos do Brasil apresentou. O primeiro vice-presidente da CNBB recordou ainda que serviu a CNBB como assessor para a Comissão de Doutrina da Fé e também contribuiu com as assembleias gerais da instituição.

“Desejo que a CNBB realize a sua missão de promover a comunhão entre os bispos do Brasil, fortalecendo a comunhão entre as Igrejas locais do país no serviço à missão de Evangelizar”, disse.

O segundo vice-presidente da CNBB e arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, também recordou fatos marcantes da CNBB em relação à sua história. Ele se lembrou da primeira assembleia da CNBB da qual participou já como bispo, em 2016. Segundo ele, uma experiência eclesial impressionante. “Uma grande escola de colegialidade, de sinodalidade e comunhão. Uma conferência tão grande, com diversidade e ao mesmo tempo uma experiência de comunhão”, disse.

Outra história, da qual dom Paulo Jacskon recordou foi do primeiro projeto do sítio Cruz situado em frente à capela Nossa Senhora do Guadalupe, na diocese de Garanhuns (PE), apresentado ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) para a construção de um poço de água com recursos da Campanha da Fraternidade. “Ali foi feito um poço e jorrou água boa de qualidade. Poder ver ali as famílias sedentas, acolhidas por Deus que lhe ofereceu o dom da água e matar a sede dos pobres. Isto é fruto do trabalho bonito da CNBB por meio do FNS”, disse.

“Quero como segundo vice-presidente da CNBB orar a todos que fizeram parte desta história. Oro pelo sufrágio de bispos e irmãos já falecidos mas também pelo futuro para que a CNBB seja sinal misericordioso na vida das pessoas”, pediu.

Recepção do Concílio Vaticano II

No segundo bloco do programa, o convidado cardeal dom Raymundo Damasceno Assis pontuou a evolução na forma de organização da CNBB, desde a constituição da sua primeira presidência para o formato da presidência atual com dois vice-presidentes, 19 conselhos regionais, Conselho Permanente, Conselho Pastoral e as Comissões Episcopais e também a contribuição da Conferência para a consolidação do Conselho Episcopal Latino-americano, o Celam, e da ação evangelizadora da Igreja na América Latina.

O cardeal Damasceno também recordou momentos significativos dos períodos em que esteve à frente da CNBB primeiro como secretário-geral por duas vezes, de 1995 a 1999 e deste ano a 2003, e depois como seu presidente de 2011 a 2015, entre elas a visita de João Paulo II ao Rio de Janeiro e a celebração dos 500 anos de evangelização do Brasil, ano em que a CNBB realizou sua assembleia em Porto Seguro (BA).

Outro momento importante da história da CNBB foi facilitar a recepção do Concílio Vaticano II no Brasil. “O Concílio teve uma grande aplicação. A segunda Conferência Geral Latino-americana foi realizada no seminário maior de Medellín e teve com objeto a estudo e aplicação do Concílio na América Latina”, recordou.

Campanhas da Fraternidade

O cardeal Raymundo destacou ainda que seu primeiro contato com a CNBB antes de tornar-se bispo foi de um período recém-ordenado padre na paróquia do Santíssimo Sacramento em Brasília (DF) onde foi o responsável por organizar a Campanha da Fraternidade. “Os temas das campanhas sempre foram muito importantes na agenda da Igreja no Brasil e também da própria sociedade, numa primeira fase voltados questões da própria Igreja e depois sobre temas de grande repercussão para a vida do povo brasileiro”, disse.

O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, reforçou o papel de valorizar a Campanha da Fraternidade que chega a lugares onde ninguém chega e faz o bem com os projetos apoiados com recursos do FNS. Só em 2023, reforçou dom Ricardo, o FNS apoiou, a partir das três reuniões de avaliação, 227 projetos e liberou um total de R$ 6.058.185,61. “A campanha tem um papel de conversão, durante a quaresma, e da ação concreta durante o ano todo”, disse. Lembrando do que disse São Tiago, o cardeal reforçou que a fé sem obras é morta. “Nossa fé tem que ser traduzida também por meio de ações sociais e caritativas”, disse.

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