O Centro Cultural Missionário (CCM) de Brasília deu início ao Centro de Formação Intercultural (Cenfi) edição 106 de iniciação à missão no Brasil para missionários do exterior. Participam 20 missionários, com de 11 países. Da Alemanha, por exemplo, há oito jovens que participam da primeira parte do curso.
O Cenfi consta de três propostas básicas: uma aprendizagem sistemática da língua portuguesa; um estágio em casas de família; uma introdução articulada sobre a sociedade, as culturas e a caminhada da Igreja no Brasil. Seu objetivo é uma primeira introdução, interação e acompanhamento do missionário estrangeiro à realidade brasileira. Nesse período, além da escola, da formação, da convivência, dos eventos, dos momentos de lazer e de espiritualidade, acontece também um valoroso intercâmbio entre os participantes.
O diretor do CCM, padre Estêvão Raschietti, lembra que o missionário que vem do exterior vive uma situação de transição, longe de seu mundo de origem, de suas referências, procurando se inserir e sentir-se acolhido no mundo do outro. “Objetivo do período de inserção inicial no Brasil”, explica Raschietti, “não se formula apenas no ‘aprendizagem do idioma’. É extremamente necessária uma aproximação bem mais articulada, global e contextualizada que se explicita no desenvolvimento de uma nova visão, na ampliação de horizontes, na mudança de atitudes, na superação de crenças, conceitos e preconceitos, na afinação de habilidades como escuta, observação, intuição, síntese, reflexão. Tudo isso leva a uma profunda transformação da pessoa”.
Para que essa inserção aconteça, continuou o diretor do CCM, “isso requer por parte dos missionários muita participação e disposição. O tempo dedicado ao estudo da língua é fundamental, assim como a aprendizagem sobre os povos e a Igrejas no Brasil. “A maior ofensa que podemos dirigir às pessoas às quais somos enviados é não manifestarmos desejo de conhecimento e de reconhecimento de suas histórias e culturas, de seus projetos de vida e travessias”.
Os missionários mostraram muito entusiasmo e abertura, aproveitando ao máximo as oportunidades oferecidas, vivendo-as como momento único de inserção na realidade brasileira. “As diversas partes que compõem o programa do Cenfi se concentram no crescimento pessoal do missionário e na força da comunidade, pois, as relações fraternas são cruciais para uma adequada experiência de aculturação, como recurso fundamental humano, intelectual, pastoral e espiritual”, completou padre Estêvão.
Os missionários do Cenfi 106 são de Gana, Itália, Nigéria, México, Filipinas, Vietnam, Polônia, Honduras, Eslováquia, Paraguai e Alemanha. A primeira parte do curso teve início no dia 25 de setembro e tem duração de 90 dias.