Um grupo de mulheres negras e educadoras se reuniu entre os dias 29 e 31, na sede da CNBB, em Brasília, para discutir questões relativas à educação, quilombo, identidade étnica, pastoral afro e juventude.
Promovido pela Pastoral Afro-Brasileira, o propósito do encontro, que teve coordenação do assessor nacional da Pastoral Afro da CNBB, padre Ari Antônio dos Reis, foi constituir e consolidar uma rede de trabalho formada por mulheres que atuam em diferentes áreas, com o objetivo de dar maior capilaridade às ações voltadas para a transposição das assimetrias que atingem a população negra.
O grupo tem representação de vários estados Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo e do Distrito Federal. As nove mulheres participantes vêm contribuindo para a dinamização do trabalho pastoral por meio da inclusão do tópico etnicorracial na agenda da Igreja e da sociedade.
“A partilha de experiências está sendo um dos pontos mais expressivos do encontro, oportunidade em que as educadoras expõem sua biografia de vida, suas conquistas e dificuldades, conectando esses relatos com as histórias comuns que marcam a trajetória as mulheres negras”, sublinhou umas das participantes, Rosane Borges, professora da Universidade Estadual de Londrina.
Dos relatos, serão extraídas indicações para a construção de uma plataforma comum de trabalho voltada para articular o trabalho pastoral com o problema do negro e da mulher negra na atualidade. O encontro prevê ainda análise de conjuntura, considerando as variáveis de raça e gênero, formulação de propostas para atuação nas pastorais, a construção de ferramentas para a educação quilombola e desenho de projetos voltados para mulheres negras em estado de vulnerabilidade.
Rosane Borges completa destacando a justificativa de uma rede composta só por mulheres: “Tradicionalmente as mulheres são as protagonistas no desenvolvimento de trabalhos sociais, as mulheres negras são agentes importantes no processo de revigoramento da luta social, com olhar de gênero e raça, e integram o grupo social mais vulnerável da sociedade brasileira”, disse.
