No meio de tantas mentalidades há quem deseje fixar-se no passado, no amor às coisas de infância e de lembranças dos tempos remotos. A experiência do novo muitas vezes faz temer. Mas a fixação no passado também tem grande valor, quando, desde então, se forma o caráter, tornando a pessoa ética e de retidão moral. Ao contrário, quem está habituado aos maus costumes, vícios e baseado em princípios avessos ao altruísmo, à valorização da dignidade humana, da família, do respeito aos mais frágeis, à política do respeito e promoção do bem comum e da lisura no trato da coisa pública, muitas vezes não aceita a mudança. A lei da chamada “ficha limpa” fica sendo contestada nessa perspectiva.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano coloca de cheio o sentido do desenvolvimento e do uso do econômico como serviço à vida e à dignidade humana. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, frisa o lema da mesma. É preciso mudar a mentalidade do acúmulo de riquezas como finalidade para se saber usá-la com novo critério. A disparidade de ganho tem feito minorias, que detêm a maior parte da riqueza, acumularem cada vez mais e pagarem muito menos impostos ou até não pagarem nada e maiorias de ganho pequeno a pagarem até mais de quarenta por cento de tributos neste país. Precisamos mudar a mentalidade e a prática do uso do dinheiro e dos bens materiais. A fé cristã nos leva a colocar em prática o novo do Evangelho. Ele nos faz promover a justiça, a fraternidade, o amor ao próximo e a promoção do bem comum.

O profeta Isaías fala: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas… Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rio na terra seca” (Isaías 43, 18.19). De fato, é preciso aceitarmos o desafio que o próprio Jesus enfrentou. O caminho da abertura ao outro nos leva ao sacrifício de nos doarmos em bem da promoção do semelhante. Na Quaresma, temos o tempo propício para revermos nossas atitudes e aceitarmos nos converter à nova mentalidade com a abertura ao sentido de vida apresentado pelo Cristo, Filho de Deus. Assim poderemos saborear os efeitos de sua Páscoa. Seremos novas criaturas. A conversão nos é oferecida, com a mesma atitude da mulher pecadora, perdoada por Jesus. Ele não a condenou. Pediu que não pecasse mais (Cf. João 8, 11).

Em geral, não gostamos de perder nada, mas queremos superar o que fizemos com consequências danosas para nós mesmos. Às vezes, mesmo assim, não damos o braço a torcer. Neste caso, precisamos rever nosso procedimento, até mesmo reconhecendo que o mais inteligente é superarmos os erros, ainda mais quando aceitamos realmente seguir pelo caminho de nossa fé cristã: “Considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa d’Ele, eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele” (Filipenses 3, 8).

O uso das coisas materiais não nos pode escravizar às mesmas, fazendo delas o objetivo de vida. Deus é o objetivo. Elas, quando bem usadas, nos fazem solidários com o bem dos outros, para termos mais dignidade e promovermos a vida de boa qualidade para todos. O egoísmo é um perigo para quem acumula para si sem viver o compromisso com o bem do semelhante. A pessoa vale mais pelo seu ser do que pelo que tem.

Dom José Alberto Moura

No meio de tantas mentalidades há quem deseje fixar-se no passado, no amor às coisas de infância e de lembranças dos tempos remotos. A experiência do novo muitas vezes faz temer. Mas a fixação no passado também tem grande valor, quando, desde então, se forma o caráter, tornando a pessoa ética e de retidão moral. Ao contrário, quem está habituado aos maus costumes, vícios e baseado em princípios avessos ao altruísmo, à valorização da dignidade humana, da família, do respeito aos mais frágeis, à política do respeito e promoção do bem comum e da lisura no trato da coisa pública, muitas vezes não aceita a mudança. A lei da chamada “ficha limpa” fica sendo contestada nessa perspectiva.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano coloca de cheio o sentido do desenvolvimento e do uso do econômico como serviço à vida e à dignidade humana. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, frisa o lema da mesma. É preciso mudar a mentalidade do acúmulo de riquezas como finalidade para se saber usá-la com novo critério. A disparidade de ganho tem feito minorias, que detêm a maior parte da riqueza, acumularem cada vez mais e pagarem muito menos impostos ou até não pagarem nada e maiorias de ganho pequeno a pagarem até mais de quarenta por cento de tributos neste país. Precisamos mudar a mentalidade e a prática do uso do dinheiro e dos bens materiais. A fé cristã nos leva a colocar em prática o novo do Evangelho. Ele nos faz promover a justiça, a fraternidade, o amor ao próximo e a promoção do bem comum.
O profeta Isaías fala: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas… Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rio na terra seca” (Isaías 43, 18.19). De fato, é preciso aceitarmos o desafio que o próprio Jesus enfrentou. O caminho da abertura ao outro nos leva ao sacrifício de nos doarmos em bem da promoção do semelhante. Na Quaresma, temos o tempo propício para revermos nossas atitudes e aceitarmos nos converter à nova mentalidade com a abertura ao sentido de vida apresentado pelo Cristo, Filho de Deus. Assim poderemos saborear os efeitos de sua Páscoa. Seremos novas criaturas. A conversão nos é oferecida, com a mesma atitude da mulher pecadora, perdoada por Jesus. Ele não a condenou. Pediu que não pecasse mais (Cf. João 8, 11).
Em geral, não gostamos de perder nada, mas queremos superar o que fizemos com consequências danosas para nós mesmos. Às vezes, mesmo assim, não damos o braço a torcer. Neste caso, precisamos rever nosso procedimento, até mesmo reconhecendo que o mais inteligente é superarmos os erros, ainda mais quando aceitamos realmente seguir pelo caminho de nossa fé cristã: “Considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa d’Ele, eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele” (Filipenses 3, 8).
O uso das coisas materiais não nos pode escravizar às mesmas, fazendo delas o objetivo de vida. Deus é o objetivo. Elas, quando bem usadas, nos fazem solidários com o bem dos outros, para termos mais dignidade e promovermos a vida de boa qualidade para todos. O egoísmo é um perigo para quem acumula para si sem viver o compromisso com o bem do semelhante. A pessoa vale mais pelo seu ser do que pelo que tem.

Tags:

leia também