A colegialidade dos bispos

Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul

Caros diocesanos. Hoje desejamos falar-vos um pouco sobre a significativa experiência de conviver, por aproximadamente dez dias, com mais de trezentos bispos brasileiros e outros assessores, reunidos no Santuário de Nossa Senhora Aparecida/SP. A CNBB vai realizar a sua 56ª Assembleia como colegiado nacional, de 11 a 20 de abril do corrente ano. Muitos fiéis, certamente, nos acompanharão pela oração e pelos Meios de Comunicação Social.

Mesmo que cada bispo tenha uma diocese bem determinada, onde é pastor responsável pelo seu rebanho, os bispos assumem juntos a caminhada da Igreja, em nível nacional e até internacional, expressando sua colegialidade e espírito fraterno. Somos a Família dos Bispos, pois bebemos da mesma fonte sacerdotal de Jesus Cristo e tentamos levar esta água viva ao Povo que Deus nos confiou. Por isso, neste encontro sentimos necessidade de partilhar nossa vida com a de Jesus Cristo e com a de nossos Irmãos no episcopado, especialmente em momentos celebrativos como a Eucaristia, a Liturgia das Horas, a Celebração penitencial e o Retiro. Partilhamos também nossa vida através de diálogos fraternos, na troca de experiências, de alegrias, de esperanças e de dificuldades, presentes em todas as dioceses ou na Igreja, em sentido mais amplo. Diz o Documento de Aparecida: “Para crescer nessa fraternidade e na corresponsabilidade pastoral, os bispos devem cultivar a espiritualidade da comunhão, a fim de acrescentar os vínculos de colegialidade que os unem aos demais bispos de sua própria Conferência, e também a todo Colégio Episcopal e à Igreja de Roma.” (DAp 181).

Dentro do que acenamos acima, a maior parte do tempo das Assembleias é dedicado a sessões de estudo, quando se preparam os documentos que orientam a Igreja do Brasil. O tema central deste ano é a elaboração das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil. Com facilidade damo-nos conta que é preciso atualizar-nos constantemente para anunciar o Evangelho de forma adequada aos homens e mulheres de nosso tempo. Por isso, também estamos atentos às orientações da Igreja, a partir do novo documento: O Dom da Vocação Presbiteral (Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis) e do magistério do Papa Francisco. Assim, vamos estudar e, certamente, aprovar novas diretrizes. O documento será de orientação para a formação dos futuros presbíteros, assim como de ajuda para a formação permanente dos já padres.

Além das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros, muitos outros assuntos serão tratados. Finalmente, podemos afirmar que a 56ª Assembleia Geral será mais uma vez expressão forte da unidade da Igreja de nossa Conferência. Mesmo com limites humanos, será manifestação do Espírito do Senhor e seu santo modo de operar, em meio ao peregrinar da Igreja, através dos séculos. Rezemos nesta intenção.

Lembremo-nos que nossa Diocese está numa campanha intensiva de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas, mas também de campanha para criarmos as melhores condições de apoio e de ajuda – por parte da família, da comunidade, das Casas de Formação, enfim de todos para que os jovens vocacionados que generosamente se apresentam para o sacerdócio ou a Vida consagrada possam dar sua resposta, como está acontecendo com o Propedêutico. Deus está fazendo a sua parte; façamos a nossa!

 

 

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