Com carinho, nossa gratidão a todas as mamães!

Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
 “Não tenho maior alegria do que esta: a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 João, v4)
Muitos se perdem ao tentar entender o verdadeiro valor de uma mãe. Tantas são as frases que as homenageiam, como tantos também são os presentes que a ela são oferecidos, dos mais caros aos mais simples, porém, todos com a mesma ternura e carinho. Por vezes, as mães são indecifráveis: derramam lágrimas nas dores do parto e, em seguida, as derramam quando recebem nos braços o fruto daquelas dores; se alegram com os primeiros passos de independência dos seus rebentos e choram ao vê-los totalmente independentes; choram de emoção quando eles dizem a primeira oração e novamente choram quando eles se afastam do Divino e, com o coração triste, mas cheio de esperança e fé, os entregam nas mãos da Mãe de todas as mães: a doce e terna Virgem Maria, Mãe de Jesus. Mães que suprem o sustento da família e fazem jornada dupla de trabalho, enfrentando as dificuldades do dia-a-dia, sem medir esforços para que o filho tenha, ao menos, o básico para viver. Na dor da perda de um filho, as mães desabam, mas não sucumbem, pois, a confiança de cada mãe está na Misericórdia de Jesus, que a sustenta e consola. Mães esquecidas, que na velhice ou na doença, esperam, ansiosas pelo abraço dos filhos distantes, e, diante desse abraço, esquecem e perdoam a ausência. Mães que se calam diante das injustiças cometidas pelos filhos, quando esses não lhe valorizam ou a criticam e, diante disso, rezam e rezam e rezam por eles. Desde o início da criação, a mulher tem um papel fundamental na história da humanidade. Gerada pelo amor Divino para ser companheira do homem e cumprir o plano de Deus no mundo, a mulher recebeu do Criador a bela missão de perpetuar a espécie humana: acolhe no ventre a vida desejada por Deus, e por nove meses é a responsável por esse novo ser, que é fruto de suas entranhas, mas não lhe pertence de fato. Carrega no próprio corpo a vida de uma nova criatura, mas sabe que, antes de tudo, essa vida pertence a Deus. Eis a beleza da maternidade: gerar vida para o doador da vida. Sublime vocação, alegria indescritível, tarefa árdua, sacrifícios constantes, preocupações sem fim. Um misto de sentimentos que muitos homens não compreendem, mas que admiram e aceitam, afinal mães são assim: sensíveis que só elas, mas forte o suficiente para enfrentar qualquer situação que ponha em risco a vida preciosa do filho. Amor de mãe não tem explicação, pois ela ama e ponto final. Não importa quantos filhos tenha, ou como eles sejam, a mãe ama cada um como se fosse único, e faz tudo por eles, sempre. E este fazer tudo implica ensinar, educar, admoestar, acompanhar, mesmo que de longe. É impressionante como as mães parecem saber de tudo, e quase sempre se adiantam e aconselham com sabedoria e amor. Há algo de Divino na maternidade, algo que vai além da nossa compreensão e entendimento, mas que sabemos ser essencial na vida de todos nós. Vemos nas mães uma capacidade especial de se doarem por inteiro, sem deixarem de ser elas mesmas. Já no início da gestação, quando uma nova vida começa a se formar em seu ventre, a mãe se divide, mas não se reparte, antes, seu coração se alarga de alegria pelo dom de abrigar em si mesma, uma nova criatura que se alimenta, respira e cresce através dela, mas na verdade não lhe pertence, pois é de Deus. O primeiro vínculo afetivo do ser humano acontece durante a gestação quando o carinho e o afeto brotam da perfeita intimidade entre a mãe que gera e o filho que é gerado. Ao dar a vida para um novo ser, a mãe sabe que terá que o dividir com o mundo, nem sempre tão acolhedor e carinhoso, mas ela sabe também que, com a força da fé, poderá instruí-lo a viver no mundo sem que se deixe contaminar pelas tentações oferecidas. As mães são as primeiras catequistas e evangelizadoras de seus filhos, elas têm a responsabilidade de transmitir a eles os valores cristãos, ensinando as primeiras orações e acompanhando a vida de fé, com exemplos e testemunho. Façamos justiça às mães que geram filhos no coração: mulheres que, com coragem e determinação adotam, amam e criam outras vidas que, mesmo não tendo sido gestadas em seu ventre, são seus filhos legítimos, por terem nascido no mais íntimo desejo de se dar de forma incondicional como mãe. Também às avós que, sendo mães duas vezes, se comprometem no auxilio cuidadoso dos filhos de seus filhos. Nossa imensa gratidão às mamães, pelo sim à vida, pelo exemplo de doação e por sua sublime missão de transmitir a vida, segundo os desígnios de Deus. No coração Materno da Senhora de Lourdes, colocamos todas as mães, para que sejam por Ela abençoadas e protegidas sempre!

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