Teve início na manhã de hoje, 15, o 4º Seminário Provincial de Pastoral dos Migrantes, que se prolongará por todo o fim de semana, na cidade de Jundiaí (SP). Organizado pelas Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo (Scalabrinianas), o evento vai falar sobre as experiências das irmãs com os migrantes.
Iniciando os trabalhos, a superiora provincial, irmã Neusa de Fátima Mariano, destacou a importância de se discutir o tema das migrações. “Alegro-me com a realização deste Seminário durante o qual nos propomos a rever o caminho realizado e, à luz do carisma, analisar como estamos atuando no campo das migrações”, disse.
Irmã Neusa ressaltou que o tema “Os atuais rostos da Migração”, será desenvolvido a partir de dez experiências pastorais. Além disso, serão aprofundados os tópicos “Migrações contemporâneas, características e tendências” e “A identidade e carisma scalabriniano”, a partir do testemunho de madre Assunta.
O evento é coordenado pela irmã Maria Izabel Arantes, conselheira provincial para o Apostolado.
Com a assessora do Setor Pastorais da Mobilidade Humana da CNBB, irmã Rosita Milesi, houve a abertura das apresentações da manhã, com o tema “Migrações contemporâneas, características e tendências”. O objetivo foi expor a situação dos migrantes no mundo e, em especial, dos brasileiros.
Um dos aspectos tratados na manhã de hoje foi o da migração na América Latina, onde se estima que 26 milhões de pessoas vivam fora de seus países. Irmã Rosita explicou que esses migrantes partilham três características: elevada participação feminina, migração na idade mais produtiva e maior nível de escolaridade do que os que ficam nos países de origem.
Falando especificamente do Brasil, irmã Rosita explicou que, por muitos anos, o Brasil foi um país de chegadas. De acordo com o Censo de 2000, são 650 mil estrangeiros vivendo aqui. O país, inclusive, aprovou leis para regularizar os indocumentados em três ocasiões: 1988, 1998 e 2009.
Esse fluxo, porém, começou a se inverter e, a partir da década de 80, muitos brasileiros deixaram o país. Essa é a realidade que vivemos hoje, afirma a irmã.
Hoje, ainda, muitos desses migrantes procuram ajuda para retornar ao país, pois foram afetados pela crise mundial. É para esses brasileiros que a atenção está voltada. Eles contam com a ajuda humanitária de governos e grupos sociais para voltarem ao Brasil.
