A partir de uma análise de conjuntura, a Comissão Episcopal Pastoral para a Amazônia realizou, ontem e hoje, sua reunião anual para avaliação e ideação de projetos para a Região Amazônica. A reunião contou com a participação de 11 bispos responsáveis pela Comissão nos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e do padre da arquidiocese de Belém (PA) e membro da Comissão, o historiador Raimundo Possidônio, que fez a análise de conjuntura do encontro.
Padre Possidônio apontou a preocupação com a realidade da região como um dos pontos mais importantes do encontro. “A reunião é importante porque reflete a realidade da Região Amazônica considerando as preocupações. A riqueza da região, por exemplo, (rios, vegetação, minérios) é também a causa da pobreza da nossa população, que sofre com a industrialização e exploração dessas riquezas. Acabamos esquecendo o fundamental da Amazônia que é a pessoa humana”.
O padre avalia que o papel da Igreja na região é de se posicionar em favor da população. “É aí que entra o papel social e pastoral da Igreja, não só para criticar, mas para falar profeticamente e propor com outros seguimentos da sociedade, alternativas que aproveitem as riquezas e a dignidade das pessoas que estão na Amazônia. Essa é a nossa preocupação como pastores e igreja na Amazônia”.
Criar projetos adequados ao contexto da Amazônia, geridos na própria região e pelo próprio povo amazônida é o desafio para se produzir frutos na região, abaliza o sacerdote. “Discutimos os próximos passos que queremos dar, ao mesmo tempo nos preocupando com propostas viáveis, que entrem em um plano de pastoral que produza frutos. Queremos construir passos que ajudem nosso povo a ter esperança de um futuro melhor. Para que isso aconteça é preciso que as propostas sejam produzidas na própria região com a visão dos seus próprios protagonistas”.
Parceria é o caminho
O presidente do Regional Norte 1 da CNBB (norte do Amazonas e Roraima), e bispo auxiliar de Manaus (AM), dom Mário Pasqualotto, afirmou que parcerias entre pastorais e organismos são o melhor caminho para levar adiante os projetos para uma Amazônia mais igual. “É preciso que a Igreja no Brasil olhe para nossa realidade e nos ajude, envie pessoas preparadas para continuarmos os projetos para a região”, disse. Ele destacou o Encontro de Comunicação que aconteceu entre os dias 9 e 14, em Manaus, promovido pela Comissão para a Amazônia em parceria com a Pastoral da Comunicação (Pascom), um exemplo dos resultados positivos proporcionados pelas parcerias. “Foi uma semana de formação para agentes de comunicação, que teve a colaboração de vários regionais. Ao todo, 109 pessoas participaram, apesar de ser difícil reunir tanta gente na Amazônia, pelas dificuldades da região, mas a parceria deu certo”, frisou.