Comissão Episcopal da CNBB ressalta o diálogo como caminho para a missão da Igreja

A Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo inter-religioso da CNBB tem por missão promover a unidade dos cristãos e o diálogo inter-religioso no âmbito da Igreja Católica no Brasil, conforme as orientações do magistério e em atenção ao cenário religioso do país. Este objetivo geral se traduz em muitas atribuições que lhe são específicas.

Cabe à Comissão inserir nesta mesma missão a dimensão ecumênica e inter-religiosa favorecendo a recepção dos documentos do magistério a este respeito, apoiando dioceses e Regionais da CNBB na criação, na organização e no acompanhamento de Comissões em âmbito regional e local a fim de que esta mesma dimensão seja vivida a partir da base, favorecendo reflexões e encontros entre igrejas e lideranças de outros caminhos religiosos.

A Comissão propõe, incentiva e, em muitos casos, assessora encontros de formação sobre ecumenismo e diálogo inter-religioso para agentes de pastoral, Bispos Referenciais dos Regionais da CNBB e professores da área nos Institutos, Seminários e Faculdades de Teologia do Brasil.meta da Comissão acompanhar o planejamento e apoiar a execução dos projetos dos organismos ecumênicos dos quais a CNBB é membro como o CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) e a CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços) e, na medida do possível, estabelecer parcerias com outros organismos ecumênicos nacionais e internacionais que possam colaborar com a Comissão na execução de seus projetos de caráter ecumênico.

Diálogo: caminho para o Ecumenismo  

Membros da Comissão com representantes dos regionais/ Foto: padre Marcos Barbosa

Segundo uma apresentação produzida pela Comissão, apresentada na 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, o que caracteriza o ecumenismo é o “diálogo”, uma atitude muito falada e nem sempre vivenciada no nosso dia a dia. Assistimos muitas vezes a monólogos intercalados entre instituições, fazemos discursos paralelos que nem sempre promovem encontros fraternos verdadeiros e primamos em definir e firmar identidades.

Enquanto o mundo vive em rede, nem sempre entrelaçamos as experiências de nossas vidas e de nossas instituições. A Comissão vem buscando desenvolver diálogos com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, a Igreja Anglicana  e as Igrejas do Oriente.

“A experiência dos diálogos bilaterais para o recíproco conhecimento é sempre muito rica. É na reflexão teológica que se detectam pontos de convergência e também as dificuldades a serem enfrentadas para a superação das divergências doutrinais”, diz a apresentação que apresenta o documento para o reconhecimento do Batismo das Igrejas membros do CONIC  como um dos frutos desses diálogos.

Um marco que consolida a caminhada ecumênica no Brasil é a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) em que as Igrejas membros do CONIC desenvolvem um projeto comum de evangelização e ação social como testemunho público da fé cristã. Neste projeto elas colaboram desde a escolha do tema, até a elaboração do cartaz e dos subsídios a serem utilizados pelas Igrejas. Outra ação também importante é a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

No documento, a Comissão afirma que o momento que vivemos é de forte densidade ecumênica. E isto se deve, principalmente, a sensibilidade e os gestos ecumênicos do Papa Francisco. Por meio de vários gestos, o papa Francisco demonstra que é fundamental que os cristãos das diversas comunidades eclesiais percorram juntos este caminho do diálogo inter-religioso.

A Comissão é presidida por dom Francisco Biasin, bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ). Os bispos dom João Manoel Francisco e dom Zanoni Demettino Castro também integram a comissão cujo assessor é o padre Marcus Barbosa Guimarães.

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