Comissão para a Caridade, Justiça e a Paz aponta ações de destaque no quadriênio

A Comissão Episcopal para o Serviço da Justiça, da Caridade e da Paz da CNBB passou esta segunda-feira, 29, em reunião no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília (DF), para avaliar as atividades realizadas no quadriênio iniciado em 2007 e que termina em maio de 2011. A Comissão é responsável pelo acompanhamento das Pastorais Sociais da CNBB e pelo diálogo com os Movimentos Sociais.

Segundo o presidente da Comissão, dom Pedro Luiz Stringhini, o quadriênio que termina daqui a seis meses foi marcado pela discussão de temas relevantes para a vida do país.

“Promovemos a discussão sobre as reformas estruturais como a tributária e a da previdência, seja para ajudar a andar ou para barrar aquilo que não atende ao interesse do povo”, disse dom Pedro.

Ele destacou também o diálogo das pastorais sociais com os movimentos sociais e gestos concretos junto a órgãos do Governo como a parceria feita entre a Pastoral da Aids e o Ministério da Saúde para a realização do teste precoce do vírus HIV.

Outros temas que mereceram destaque da Comissão, de acordo com dom Pedro, foram a reflexão sobre mudanças climáticas, “que culminou com a Campanha da Fraternidade do próximo ano”, e a questão agrária, que resultou no documento Estudos da CNBB 99. A Comissão destacou, ainda, sua participação na aprovação da Lei da Ficha Limpa e ações de combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas.

A assessora da Comissão, Ir. Delci Franzen, ressalta o trabalho de fortalecimento da missão e espiritualidade das Pastorais Sociais feito pela Comissão, além de uma “reflexão crítica sobre políticas públicas e fundos solidários para ações sociais”.

Dom Pedro reconhece que o trabalho das Pastorais Sociais é exigente e a elas cabe organizar a caridade com os pobres. “As Pastorais Sociais têm esta teimosia de insistir nestas questões [políticas e sociais]. É a caridade para fora. Não somos os únicos, mas somos expressão forte da caridade organizada para os pobres”, explica.

“Às vezes as Pastorais Sociais vão em direção que causa perplexidade como, por exemplo, o Grito dos Excluídos, algum plebiscito. Isso é para o bem da Igreja, que deve olhar para a realidade do mundo e dos pobres”, completa o bispo.

Novos projetos

“No próximo quadriênio, a Comissão deve dar maior atenção às políticas sociais como a questão agrária; à sustentabilidade das pastorais; às políticas públicas, especialmente em relação às criança e adolescentes e à população de rua, tráfico de pessoas”, disse a Ir. Delci.

Dom Pedro acrescenta também a questão do solo urbano, “porque está estreitamente relacionada com a questão agrária”. “A falta de uma política fundiária reflete no desordenamento do solo urbano”, explica dom Pedro ao recordar que 80% da população, hoje, reside na cidade.

Para 2011, Comissão já tem como projeto a discussão da 5ª Semana Social Brasileira (SSB). Um Grupo de Trabalho já foi formado para iniciar as discussões que deverão ser apresentadas aos Conselhos da CNBB e à sua assembleia de maio.

Segundo dom Pedro, outra novidade deverá ser a integração Movimento de Educação de Base (MEB) à Comissão, que já deu seu aval. O pedido será apresentado ao Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) e ao Conselho Permanente no início do próximo ano.

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