A Comissão Pastoral da Terra (CPT), pastoral social vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), abriu, no sábado, 22, as comemorações de seu ano jubilar. Com caminhada, ato público e celebração eucarística, a organização deu início às atividades de memória e festejo de 50 anos de atuação em defesa dos direitos das populações do campo, das águas e das florestas em todo o Brasil e de presença profética junto a estes povos.
As atividades tiveram início às 8h30, na Praça Universitária, em Goiânia, com um momento de memória da caminhada pastoral e homenagem aos mártires que tombaram em defesa da terra e de seus povos, personagens históricas que foram vitimados na luta pelos direitos dos mais empobrecidos, a exemplo da irmã dorothy Stang, padre Josimo e tantos outros religiosos e lideranças populares.
Ao som do batuque do Grupo Coró de Pau, o grupo saiu em caminhada até a Catedral Metropolitana de Goiânia, onde dom João Justino, arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, e dom Ionilton Lisboa, presidente da CPT e bispo da prelazia de Marajó (PA), conduziram a celebração eucarística de lançamento do Ano Jubilar da Comissão. Outros bispos também foram convidados para concelebrar.
Carta em apoio a dom João Justino
A CPT também enviou, na mesma semana, uma carta em apoio a dom João Justino, primeiro vice-presidente da CNBB, por seu recente posicionamento em uma entrevista contra o projeto de lei do Marco Temporal, aprovado pelo Congresso.
A CPT reiterou que as palavras de dom João Justino refletem o pensamento da Igreja Católica em relação à questão agrária brasileira, evidenciada em vários documentos. “Esse pronunciamento alegra e encoraja os povos e suas lutas em defesa da terra e do território” (…).
“Seu posicionamento, dom João, ao contrário do Marco Temporal, está em sintonia com a mensagem do Papa Francisco, em “Querida Amazônia, na qual adverte: “Os interesses colonizadores que, legal e ilegalmente, fizeram – e fazem – aumentar o corte de madeira e a indústria minerária e que foram expulsando e encurralando os povos indígenas, ribeirinhos e afrodescendentes, provocam um clamor que brada ao céu” (…).
Na carta, a CPT salientou, ainda, que a voz de dom João Justino reverbera a angústia de cerca de 90% da população brasileira que, segundo pesquisa conduzida pela PwC e pelo Instituto Locomotiva, reconhece os impactos destes eventos como resultados do desequilíbrio climático mundial.
“Por sua voz e vida colocadas a serviço da luta por uma terra sem males, agradecemos o seu compromisso, dom João, ao anunciar o Reino de Deus, fiel ao evangelho, levando alegrias e esperanças aos empobrecidos da terra”, finaliza a carta.
Mais informações em: cptnacional.org.br