Comissão Sociotransformadora da CNBB e do Dicastério para o Desenvolvimento Humano se encontram para traçar ações conjuntas

No dia 22 de janeiro, membros do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral (DHI), órgão da Cúria Romana, e da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (Cepast) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reuniram para compartilhar a missão de transformação social da Igreja e fortalecer ações conjuntas no país.

O bispo de Brejo (MA) e presidente da Cepast, dom José Valdeci Santos Mendes, destacou o compromisso da Comissão de se colocar ao lado dos empobrecidos, conforme o Evangelho, por meio do diálogo e projetos conjuntos com os movimentos populares.

A representante da seção de Escuta e Diálogo do Dicasterio, Cecilia Barja Chamas, lembrou que houve uma reestruturação do Dicastério em 2023. Com isso, segundo ela, foram dados destaques à promoção do desenvolvimento integral e da dignidade humana, para evitar a exclusão no mundo.

Segundo Cecília, o Dicastério elegeu as três áreas para atuar: diálogo e escuta; reflexão e pesquisa e a comunicação. Ela reforçou que o departamento busca se organizar uma perspectiva sinodal, voltado para a escuta e devolução às Igrejas locais, acompanhando processos e não apenas ações específicas”, ressaltou.

Coube ao assessor da Cepast, frei Olávio Dotto, falar sobre o trabalho da Comissão Sociotransformadora. Ele  destacou que a Comissão é responsável por coordenar e animar 27 pastorais sociais e organismos, além de dialogar com os movimentos populares.

“Sempre que ocorre uma ameaça à vida ou violência, a Igreja no Brasil cria uma pastoral específica para tratar, acompanhar e realizar incidência sobre o assunto. A Comissão Pastoral da Terra é um exemplo, pois acompanha as famílias que lutam pelo direito à terra e são violadas em seus direitos. Outro exemplo é a Pastoral da Moradia e Favela, que acompanha a população que luta pelo direito à moradia”, reforçou.

O também assessor da Comissão, padre Dário Bossi, lembrou que muitos cristãos apoiam o princípio de “dar comida aos famintos”, mas alguns não aceitam a dimensão de trabalhar políticas que alterem, que mudem a estrutura que gera o empobrecimento, a fome. E isso, também tem a ver com enfretamento a emergência climática.

Cecília lembrou o que Dicastério é um membro ativo da Aliança Eclesial para a Ecologia Integral (ENA) e está engajado com as Redes Territoriais para Ecologia Integral (RETEIs), seguindo a experiência de incidência global. A ENA obteve significativa incidência ao construíu processo conjunto com a Santa Sé na COP28. E já foi colocado como pauta pensar ações conjuntas para a COP30 que será realizada no Brasil.

A secretária executiva da 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB), Alessandra Miranda, compartilhou o percurso desta sexta edição, que começou em 2020. “Nosso objetivo é criar um projeto popular para o Brasil, organizado em planos de incidência política locais”, afirmou Alessandra.

O mutirão conclusivo da 6ªSSB ocorrerá em março de 2024, encerrando o itinerário de quatro anos, com a elaboração do Projeto Popular “O Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos”. Vale enfatizar que o tema da 6ªSSB é inspirado no apelo do Papa Francisco: “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho”. Construção.

Ao final, os participantes da reunião, encaminharam uma série de ações de parcerias.

Participaram da reunião

Cecilia Barja Chamas, da seção de Escuta e Diálogo do Dicastério; Elaine Silva, da seção de Pesquisa do Dicastério; Padre Avelino Chico (SJ), Seção de Escuta e Diálogo do Dicastério; Dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Cepast; Frei Olávio Dotto e Padre Dário Bossi, assessores da Cepast e Alessandra Miranda, secretaria executiva da 6ºSSB.

Tags: